FUTEBOL

Por que ex-árbitro pivô da “Máfia do Apito” processa Globo e pede R$ 1 milhão

Edilson Pereira de Carvalho foi banido do futebol por participar de um esquema de manipulação de resultados, em 2005

Fachada de prédio da Globo
Imagem Ilustrativa.Fachada de prédio da GloboCréditos: CCBYSA
Escrito en MÍDIA el

Os mais jovens talvez não saibam que, em 2005, o futebol brasileiro foi alvo do maior escândalo da sua história. Um esquema de manipulação de resultados foi descoberto e, entre as consequências, houve anulação de partidas e banimento de árbitros.

Quase 20 anos depois, o pivô da chamada “Máfia do Apito”, o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, está processando a Globo e a produtora Feel The Match. Ele tenta impedir o lançamento de um documentário sobre a história, previsto para 2025.

O caso corre na 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e a coluna F5, na Folha de S.Paulo, teve acesso aos documentos.

Na ação, Carvalho cobra direito de imagem e alega danos morais. Ele afirma que a Globo pretende recontar erros e voltar a manchar sua imagem junto à opinião pública. O ex-árbitro justifica dizendo que já foi punido e que não é uma pessoa pública.

Ele destaca, ainda, que não autorizou qualquer produtora ou mesmo a emissora a utilizar sua imagem no documentário.

Carvalho pede indenização de R$ 1 milhão por danos morais e materiais, caso o documentário seja exibido. A produção é da Feel The Match, de Bruno Maia, a mesma que fez “Romário, O Cara” para a plataforma de streaming Max.

O ex-árbitro Edilson Pereira de Caravlho - Foto: Reprodução de Vídeo/Globo

Relembre o caso

Batizado de “Máfia do Apito”, o esquema de manipulação de resultados atingiu partidas do Campeonato Brasileiro das séries A e B. Os responsáveis foram os então árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon.

Um grupo de investidores negociou com Carvalho, então integrante do quadro da Fifa, para manipular resultados de jogos em que havia apostas em sites ilegais. Durante as investigações, o nome de Danelon também apareceu.

Depois das apurações, os dois acabaram banidos do futebol e, em seguida, denunciados pelo Ministério Público (MP) por estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

Porém, a ação penal foi suspensa em 2007, por determinação do desembargador Fernando Miranda, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em agosto de 2009, o mesmo magistrado e outros dois colegas decidiram pelo “trancamento” da ação penal, porque, segundo eles, os fatos não comprovavam o crime de estelionato. Com isso, a decisão encerrou a investigação na área criminal.

No âmbito esportivo, os 11 jogos apitados por Carvalho no Campeonato Brasileiro de 2005 foram anulados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O campeão daquele ano foi o Corinthians, que ficou três pontos à frente do segundo colocado, o Internacional (RS). Caso os resultados originais das partidas tivessem sido mantidos, o clube gaúcho poderia ter sido o vencedor.

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