ATAQUE À DEMOCRACIA

Jovem Pan rompe contrato com dono de afiliada que assumiu ter financiado golpistas

Milton Júnior, proprietário da JP Itapetininga, confessou ter bancado vândalos que depredaram os prédios dos Três Poderes

Jovem Pan rompe contrato com dono de afiliada que assumiu ter financiado golpistas.Créditos: Reprodução/ redes sociais
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Após o dono da Jovem Pan Itapetininga, Milton Júnior, ter confessado nesta quinta-feira (20) que financiou vândalos bolsonaristas no ato golpista de 8 de janeiro, a direção da emissora revelou nesta sexta-feira (21) que rompeu o contrato com a afiliada. 

Por meio de uma nota, a Jovem Pan comunicou o fim do contrato com a sua afiliada por "expor" a emissora e por "violar cláusulas do acordo, que tem como objetivo a preservação da marca e a reputação da Jovem Pan enquanto empresa de comunicação". 

Depois da decisão da emissora, a Jovem Pan Itapetinga retirou do YouTube o vídeo em que Milton Júnior assume ter financiado o ato golpista de 8 de janeiro. Por meio de suas redes, Milton deu uma nova versão para a sua declaração. Agora, o jornalista alega que deu dinheiro para a alimentação de um amigo "durante viagem de retorno de Brasília no dia 20 de novembro". 


Entenda o caso 


O dono da Jovem Pan Itapetininga, Milton Júnior, confessou na manhã desta quinta-feira (20) que financiou os atos golpistas e terroristas de 8 de janeiro que depredaram as sedes dos Três Poderes e buscaram criar um caos no país a fim de catalisar uma reação militar que depusesse o governo legitimamente eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O proprietário da emissora afirmou, com todas as letras, que financiou a ida a Brasília de bolsonaristas da cidade, que fica próxima a Sorocaba, no interior de São Paulo, para a realização da arruaça que revoltou o Brasil e o mundo.

“Patriotas aqui de Itapetininga poderiam ser prejudicados. Eu contribuí deputada. Eu contribuí. Entrego o recibo para a senhora. Não tenho medo de assumir o que eu faço, está lá. Se eu tiver que ser preso porque ajudei patriotas a irem para a Brasília fazer protesto contra um governo ilegítimo, que eu seja preso, não há problema nenhum. Temos que assumir os compromissos que fazemos. Não tenho medo da justiça. Eu contribuí, deputada, se a senhora quiser eu mando no seu WhatsApp os recibos de pix, está tudo com o meu CPF”, afirmou Milton Júnior.

A deputada federal a qual Milton Júnior se refere é Simone Marchetto (MDB-SP), que é moradora de Itapetininga. Ela deu declarações recentes de que não apoiaria a CPMI dos Atos Antidemocráticos por não ver necessidade em sua realização. “Custe o que custar, as pessoas responsáveis pelos atos do dia 8 serão punidas. A Justiça tem feito esse papel e o Ministério Público têm feito esse papel, se não tivesse ninguém investigando, eu seria a favor da CPMI (…) se há uma lista de empresários ou de pessoas que financiaram o quebra-quebra, a justiça tem que convocá-los”, declarou a deputada para a TVI, em fala que despertou a ira da Jovem Pan Itapetininga e gerou a confissão do seu proprietário.

 

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