As imagens que mostram a invasão das forças israelenses ao hospital Shifa, o maior de Gaza, revela claramente o crescente terror instalado pelo governo sionista de Benjamin Netanyahu no território palestino.
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Em pouco mais de um mês de ataques incessantes, o número de mortos em Gaza chegou nesta quarta-feira (15) a 11.360, segundo o Ministério da Saúde. Dos corpos abatidos pelos sionistas, 4.609 são de crianças, 678 de idosos e 3,1 mil de mulheres. Outros 3.250 moradores, sendo 2,7 mil crianças, estão desaparecidos. Muito provavelmente embaixo dos escombros.
Na Cisjordânia, governada pelo Fatah - adversário do Hamas -, Israel já matou 180 palestinos.
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Não bastassem as cenas de terror, como bem traduzido pelo presidente Lula, e o número crescente de vítimas, jornalistas brasileiros que atuam na mídia liberal - claramente atrelada aos sionistas - protagonizam um verdadeiro show de horror ao traduzirem o genocídio palestino em frases que beiram a barbárie e a desumanidade.
Caio Blinder, voz estridente do fascista Manhattan Connection - que deve voltar ao ar -, comemorou nas redes que "forças israelenses já entraram no hospital Al Shifa, recheado de pacientes, refugiados e terroristas do Hamas".
Sem o mínimo senso de empatia, o jornalista já havia celebrado o veto único dos Estados Unidos à resolução apresentada pelo governo Lula no Conselho de Segurança da ONU para uma pausa humanitária em Gaza.
Blinder ainda incitou sionistas a ameaçarem o jornalista judeu Breno Altman, fundador do site Ópera Mundi e voz crítica as ações de Israel.
"Tão asqueroso como os detritos morais escritos pelo Kapo Altman é o fato de tanta gente expressar solidariedade. Para deixar claro, ele não é jornalista, ele é kapo", escreveu Caio Blinder nas redes, classificando Altman com o termo usado para identificar judeus que serviram como agentes nazistas nos campos de concentração.
"Guerra com viés no sangue"
A dose diária de crueldade na cobertura do genocídio palestino na mídia liberal brasileira - quase sempre pelas telas da Rede Globo - foi alimentada pela jornalista Camila Bomfim nesta terça-feira (14), da GloboNews, ao analisar o discurso de Lula na recepção do grupo de brasileiros-palestinos repatriados.
Na ocasião, o presidente Lula equiparou os atos terroristas do Exército Israelense, matando cruelmente mulheres e crianças, à ação do Hamas em 7 de outubro.
"O que acontece com a fala de Lula quando ele compara, coloca no mesmo patamar, em pé de igualdade, o Hamas e Israel: os especialistas em Direito Internacional dizem que além de serem coisas diferentes, você não pode analisar a guerra com viés no sangue que é derramado", disse Camila Bomfim, na GloboNews.
Na sustentação, a jornalista diz esperar de Lula "um debate qualificado".
"No momento em que você equipara a um grupo terrorista com um Estado, por mais que você tenha críticas à reação desse Estado ao grupo terrorista, você já erra de largada. E erra por radicalismo", emendou.
A fala de Camila Bomfim encontra eco em declaração da colega da GloboNews Monica Waldvogel, que relacionou o Hamas ao PT, foi defendida pela Globo e, desmentida, teve que fazer um mea culpa nas redes sociais - onde o alcance é infinitamente menor que ao das concessões públicas administradas pela família Marinho.
"Um dos pontos que chamaram atenção foi o fato de que o governo brasileiro procurou não mencionar o nome do grupo Hamas. Há relações de parte do Partido dos Trabalhadores, de encarar como resistência, por causa do fato de que não há negociações para oferecer o melhor status para a Palestina", disse Monica Waldvogel logo após a ação do Hamas, no dia 7 de outubro.
Em longa nota, a Globo apoiou a jornalista: "Mônica Waldvogel vai reiterar que se referiu, não ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado, em 2021, por representantes do partido", afirmou a emissora.
No texto, a Globo lista nomes de deputados petistas que apoiaram uma carta que contraria o rótulo de "organização terrorista" ao Hamas, que é adotada pela mídia liberal e rechaçada pela Organização das Nações Unidas - resolução que é seguida pelo governo brasileiro.
Ecos do preconceito
As frases de jornalistas do grupo Globo sobre a ação genocida na Palestina ainda refletem o tratamento desumano e preconceituoso às camadas mais marginalizadas e pobres do próprio Brasil.
No Jornal da Globo - que já teve no comando William Waak, demitido por frase racista -, Renata Lo Prete colocou em xeque a contagem dos mortos no território palestino e fez uma relação absurda para justificar o grande número de crianças assassinadas pelo Exército de Israel.
“Por que tantas crianças mortas? Um fato estrutural é a demografia especialmente jovem na Faixa de Gaza (...) A pirâmide etária é assim por força de uma taxa de natalidade elevada em si e também na comparação com outros países do Oriente Médio, 3,9 filhos por mulher em média”, disse Renata Lo Prete.
Para justificar as mortes de crianças, a apresentadora do telejornal noturno da Globo usa o mesmo argumento eugenista da ultradireita fascista para atacar os projetos sociais no Brasil: que pobres, assim como as palestinas, têm muitos filhos.
"Esse argumento é usado por sionistas para negar o genocídio e a limpeza étnica. 'Se houve limpeza étnica, por que a população cresceu?'”, comentou a Federação Árabe Palestina, a Fepal, nas redes sociais.
Já o âncora Erick Bang, da GloboNews, afirmou em 28 de outubro, que o cenário de total destruição na Faixa de Gaza é “perfeito” para o Hamas se esconder e atacar Israel de surpresa. A declaração, como não poderia ser diferente, viralizou nas redes sociais.
“Em Gaza, o cenário é de muita destruição. Os prédios estão em ruínas e são um cenário perfeito para os terroristas do Hamas se esconderem e atacarem de surpresa”, declarou Erick Bang.
"Para Israel, essa incursão é necessária. Objetivos táticos, como resgatar reféns ou destruir alvos específicos do Hamas”, disse, “esquecendo” que os ataques de Israel em Gaza já atingiram um hospital e área próxima a outro, o que resultou na morte de centenas de civis inocentes.
“Durante o deslocamento dessas tropas de Israel, o Hamas pode usar os becos e vielas de Gaza como rotas para que os terroristas façam emboscadas, por exemplo, cercando os israelenses”, prosseguiu Bang, mantendo sua teoria de que para o Hamas a tragédia é estratégica.
Desumanidade pontual
No entanto, um dos principais porta-vozes da desumanidade do genocídio é Jorge Pontual, correspondente da emissora em Nova York.
Durante o programa “Em Pauta”, da GloboNews, na noite de 13 de outubro, Jorge Pontual apoiou os ataques israelenses a ambulâncias e hospitais em Gaza.
"Atacar terroristas do Hamas é um direito que Israel tem. Se eles estavam em uma ambulância, infelizmente era isso que Israel tinha que fazer: alvejar esses seus inimigos", disse cruelmente Jorge Pontual.
Diante do repúdio generalizado, Pontual soltou uma nota em seu perfil no Instagram - com o alcance infinitamente menor do que da Globo.
"Ao comentar o ataque a uma ambulância na Faixa de Gaza, minha intenção foi a de dar a versão de Israel. Admito que não fui feliz, pois a muitos pareceu um endosso. Isso seria impossível, ninguém tem informações seguras sobre o que lá se passa”, argumentou, repetindo a ladainha israelense sobre as notícias vindas do território palestino.
Dias antes do comentário sobre o ataque às ambulâncias, Pontual propagou a maior mentira proliferada sobre a guerra até agora, de que o Hamas teria decapitado 40 bebês.
“Horror de todos, não só americanos e israelenses, diante dessa monstruosidade que o Hamas fez em Israel: é pior que terrorismo você decapitar bebês", disse o jornalista da Globo sobre a informação não confirmada até mesmo pelas Forças de Defesa de Israel.