O canal do Brasil de Fato RS foi retirado do ar pelo YouTube nesta segunda-feira (30), segundo o veículo, sem apresentar qualquer explicação. A empresa considera que o episódio pode ter sido uma espécie de censura. O site afirmou, em nota publicada, que a redação recebeu um comunicado no fim da tarde informando a remoção do canal, sem especificar as razões.
“Encontramos violações graves ou repetidas de nossa política de spam, práticas enganosas e golpes. Por isso, removemos seu canal do YouTube”, diz o comunicado.
O Brasil de Fato RS alega que não pratica quaisquer violações e cobra a falta de informação a respeito da acusação da plataforma, que não especificou um conteúdo ou anúncio que tenha motivado a remoção. O jornal respondeu ao comunicado da plataforma solicitando uma reconsideração, mas não obteve resposta.
O último conteúdo publicado no canal foi uma entrevista com o cientista político Bruno Lima Rocha, que analisou o conflito entre Israel e o povo palestino e as eleições argentinas.
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"Acredito que a suspensão do canal deve ter sido por conta de reclamação de algum telespectador a respeito de um podcast que lançamos neste sábado, dia 28, com o título "Podcast De Fato #12 | Bruno Lima Rocha". Somos um meio de comunicação sério e comprometido com a informação, os jornalistas entrevistaram um cientista político que abordou dois temas: a eleição na Argentina e a guerra na Palestina. Em nenhum momento da entrevista foram feitas manifestações que violam a diretrizes da comunidade. Pedimos a revisão da decisão. Caso não seja este o motivo, por favor nos informem para que possamos avaliar", argumenta o jornal na apelação.
Para Katia Marko, editora-chefe do Brasil de Fato RS, a situação é absurda por si mesma. À reportagem da Fórum ela também disse que desconfia que se trate de censura por conta do tema abordado no podcast do canal.
"É um absurdo termos nosso canal banido sem qualquer justificativa. E o fato disso ter acontecido após o nosso Podcast trazer uma entrevista sobre a guerra na Palestina e o sionismo parece muito sintomático. No ano passado, já tivemos nossa página no Facebook banida, durante o primeiro turno da eleição, sem qualquer justificativa. E não conseguimos mais criar outra página. Isso só prova que precisamos regulamentar as grandes plataformas. O mais causa indignação é ver que páginas da extrema direita e como o Brasil Paralelo são inclusive recomendados pelo Youtube", declarou.