GUERRA ISRAEL-PALESTINA

Pai de Alok relata pânico vivido em rave: “Todos começaram a chorar”

Em entrevista ao Fantástico, Juarez Petrillo detalhou sobre os momentos de terror vivenciados em Israel

Juarez Petrillo e Alok concederam entrevista à TV Globo.Créditos: Reprodução/Fantástico
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"Já estava amanhecendo, estava a coisa mais linda, quando eu olhei a pista, eu falei: 'Gente, é a pista mais incrível'. De repente, veio uma bomba, nessa hora, a coisa mudou. As mulheres começaram a entrar em pânico e começaram a chorar. Foi geral. A gente escutou barulho de metralhadora”, disse Juarez Petrillo, pai de Alok, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, deste domingo (15).

Ainda bastante abalado com o que viu, o DJ Swarup admitiu que se lembrou dàs memórias de sua família para encontrar forças e superar os ataques no momento. “Me deu um caminho, um norte, foi quando eu lembrei dos meus netos, sabe? Não tem nada de DJ mais, não sou produtor, não sou artista não, sou vovô".

Um dos atos mais brutais cometidos pelo Hamas no sábado (7) ocorreu na festa rave próxima a Gaza, onde estava o pai de Alok. Entre as mais de 260 vítimas fatais, três eram brasileiros. O festival Supernova Israelense, que possuía a identidade visual semelhante ao festival brasileiro Universo Paralello, contou com a apresentação de 16 DJs. Leia mais sobre a cultura Psytrance nesta matéria.

Entre os DJs do festival estava Juarez Petrillo, também responsável pela decoração do evento. Isso acabou atraindo muitos jovens brasileiros que residem em diversas regiões de Israel

‘Grito de susto de todo mundo’

Retirado de carro pela organização do festival, ele lembra do pânico vivido pelas pessoas com o ataque: “Cara, foi um grito de susto de todo mundo”, afirmou quando estava pronto para subir e tocar no festival, no instante em que tudo começou. DJ Swarup conta que "era um local muito famoso para festas” e ele mesmo tocou “há 10 anos exatamente no mesmo local".

Ao lado de Juarez no Fantástico, Alok expressou seus sentimentos sobre a dificuldade de estabelecer contato com seu pai e compartilhou com a repórter Renata Capucci que um amigo foi a fonte das primeiras informações que recebeu sobre Juarez.

Segundo o DJ, ainda não estava clara a gravidade do que tinha ocorrido. "Eu vi por causa dos vídeos da internet e aí eu comecei desesperadamente a ligar para ele. A ficha foi caindo no dia seguinte, quando a gente viu que tinha mais de 250 corpos ali perto da área do festival e foi começar a entender a gravidade do ataque terrorista. Meu pai estava preso ainda em um bunker, queria tirar ele de qualquer jeito de lá".

Reencontro entre Alok e Juarez Petrillo após os ataques. Créditos: @alok via Instagram / Divulgação

Alok também disse que o contratante é quem assume toda a responsabilidade pela organização, produção, realização e seleção do local. Ele mencionou que Petrillo já concedeu licença para o festival em países como Índia, México, Argentina, além de locais na Europa. “A pergunta que muitas pessoas fizeram e que eu também fiz e me indaguei, foi: Por que fizeram um evento tão próximo da Faixa de Gaza?”, destacou o DJ na entrevista.