Pela primeira vez em toda a longa história da emissora, o Jornal da Record – seu principal programa jornalístico – vai passar a ser exibido gravado. A decisão, tomada pela direção da empresa nesta quarta-feira (10), provocou o temor em produtores e jornalistas de censura a críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
A explicação para a decisão, que partiu dos diretores ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, cujo líder é Edir Macedo, foi uma série de erros técnicos no último mês na exibição ao vivo. Foram exemplificados pelo menos cinco considerados inaceitáveis.
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Um dos principais erros ocorreu na última terça-feira, quando Christina Lemos chamou uma reportagem sobre as eleições presidenciais e, ao invés dela, entrou no lugar outra sobre um assunto totalmente diferente. Erros de português em tarjas também foram apontados.
Punição
O fato foi informado como se fosse uma "punição" para a equipe, mas que seria temporário, porém não foi informada uma data limite. Emissoras afiliadas, em que repórteres fazem notas ao vivo já foram informadas. Elas foram avisadas para que as entradas sejam gravadas em ambientes com pouca ou nenhuma ação de luz natural, para que telespectadores não notem que o fundo dos repórteres não corresponde com o que pode ser visto através de uma janela naquela faixa horária
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A medida fará com que o Jornal da Record deixe de noticiar situações importantes que aconteçam antes das 19h.
A direção fará uma revisão rápida das matérias e do que foi dito em reportagens e pelos âncoras Celso Freitas e Christina Lemos antes da exibição. Há medo de cortes em temas sensíveis ao presidente.
Bolsonaro é apoiado por Edir Macedo e sua família. Em 2020, a emissora vetou comentários críticos da âncora Adriana Araújo contra a atuação do Governo durante a pandemia. No ano seguinte ela saiu e processou a emissora na Justiça do Trabalho.
Com informações do site TV Pop