Jair Bolsonaro continua ajudando quem o bajula. Para isso, inclusive, não faltam recursos. O governo liberou, nesta sexta-feira (6), R$ 3,1 milhões do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para “preservação e digitalização do acervo” da TV Record, aliada do presidente. As informações são de Jotabê Medeiros, no site Farofafá.
A “doação” aconteceu poucos dias depois que a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, perdeu parte significativa do maior acervo audiovisual da América do Sul, em um incêndio ocorrido graças à negligência do governo com a cultura nacional.
O caso ganha mais em gravidade porque o acervo da TV Record, um dos mais antigos do país (criado em 1953) já está quase todo digitalizado. Localiza-se, segundo reportagem do UOL, em uma ampla sala de 88 m² e reúne mais de 4 milhões de GB disponível para armazenamento, espaço para mais de 150 mil horas de conteúdo em formato digital.
O FNC dispõe de dinheiro do orçamento federal para investimento em cultura. Portanto, não exige captação de recursos privados, como a Lei Rouanet. O projeto foi assinado pelo Instituto Record de Responsabilidade Social (Ressoar), ligado à emissora de Edir Macedo, comandante da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
O que diz a lei
O Fundo, como prevê a lei, existe, especialmente, para estimular a distribuição regional dos recursos federais para a cultura, favorecer visão interestadual, apoiar projetos de aperfeiçoamento profissional e contribuir para a preservação e proteção do patrimônio cultural e histórico brasileiro.
O último tópico pode ter sido a justificativa para a iniciativa do governo Bolsonaro de “ajudar” a TV Record, uma empresa privada. Caso seja seguida a mesma lógica, todas as emissoras podem solicitar o mesmo tipo de “auxílio”.