LUCIANO HANG

Véio da Havan expõe fotógrafo que denunciou ônibus estacionado em local proibido

Eduardo Matysiak disse à Fórum que pretende processar o empresário bolsonarista em razão dos ataques que tem sofrido por conta de Luciano Hang

Créditos: Eduardo Matysiak
Escrito en MÍDIA el

O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, usou as redes sociais nesta sexta-feira (8) para expor o fotojornalista Eduardo Matysiak, responsável pela denúncia de que o Véio da Havan estacionou seu "ônibus patriota" em local proibido em Curitiba. A irregularidade fez o bolsonarista ser multado pela Superintendência de Trânsito (Setran). Após a postagem feita por ele, Matysiak sofreu uma enxurrada de ataques nas redes sociais. Essa não é a primeira vez que Hang recorre ao assédio virtual para atacar quem apontou que ele não cumpriu a lei. 

Na  noite desta quarta-feira (6), Hang estacionou um ônibus que estava sob sua responsabilidade, que ele chama de “Patriota Bus”, em local proibido, próximo a um hotel em Curitiba. O veículo só não foi guinchado porque a Secretaria de Transportes não tem capacidade para isso.

Após ser multado, Hang usou as redes sociais para "expor" o fotojornalista e instigar ataques contra ele. O dono da Havan fez um post em tom de denúncia apontado que Matysiak seria de esquerda, como se fosse um crime. O milionário disse que é "perseguido" pelo fotojornalista. 

"Olhando as redes sociais do fotojornalista fica claro que ele tem lado: um militante de esquerda! Até já twittou sobre mim em outros momentos... Eduardo Matysiak é um profissional nada imparcial, que age por suas ideologias e opiniões pessoais. Fico me perguntando se fosse um ônibus vermelho, com militantes da esquerda. Será que ele denunciaria da mesma forma? Seria então perseguição?", escreveu.

A postagem fez com que uma enxurrada de bolsonaristas começasse a fazer ataques a Eduardo. O perfil do jornalista no instagram foi inundado de comentários com teor ofensivo, inclusive homofóbicos, e de ameaça.

Matysiak disse à Revista Fórum que irá processar Hang. "Estou chocado, em contato com meus advogados. Um horror", disse o fotojornalista. Questionado pela Fórum, ele disse que enxergou o gesto de Hang como uma forma de cercear seu trabalho jornalístico. "Eu ali estava fazendo o meu trabalho", afirmou.

Além de estimular ataques contra Matysiak, Hang tentou diminuir o trabalho do jornalista dizendo que ele "queria um minuto de fama" ao fotografar o delito cometido pelo bolsonarista. Eduardo Matysiak tem um trabalho fotojornalismo premiado, ganhou o prêmio Brasília Photo Show, tem publicações em veículos reconhecidos no Brasil e no mundo, entre eles Financial Times, Le Monde, Folha de S.Paulo, UOL, Estadão, Istoé, Veja, Revista Fórum, DCM, 247, Jornal do Brasil. Matysiak registra o movimento bolsonarista e antivacina.

O advogado Chrystian Sobania, representante legal do jornalista, também enviou nota à Fórum: "Estamos chocados com o ataque a um jornalista e as mensagens de ódio de seguidores ao meu cliente. O Eduardo esta abalado e chocado. Vamos proceder as medidas cabíveis na Justiça". 

Confira a postagem de Luciano Hang