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Advogado de Lula, Zanin destrói argumentos da Veja, que apela: "não deve mea-culpa?"

Publicação tentou insistir que Lula não é inocente. Zanin ainda respondeu pacientemente pergunta provocativa de que "ao entrarem para a política, Moro e Dallagnol não estão exercendo direito legítimo de serem votados?"

Cristiano Zanin e Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
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Em entrevista às Páginas Amarelas da Veja divulgada nesta sexta-feira (18), o advogado Cristiano Zanin Martins, que fez a defesa de Lula (PT) na Lava Jato, destruiu toda a argumentação da publicação, que repetia a ladainha da mídia liberal sobre o ex-petista não ser inocente porque os processos "foram anulados ou arquivados por questões processuais".

"Sem condenação, a presunção de inocência está intacta. Lula teve a sua vida devassada e os acusadores tiveram todas as oportunidades de apresentar provas, inclusive com a ajuda de um juiz parcial, e não obtiveram êxito. Os processos não foram anulados por pequenas questões técnicas, mas por um vício gravíssimo, que era a suspeição do juiz. Moro queria condenar sem processo porque sabia que, dentro das regras do jogo, ele não tinha condições de impor as condenações. Não se conduz um processo na base do jeitinho", explicou Zanin, diante de três insistentes perguntas sobre o tema.

Após o advogado detalhar as acusações sem provas sobre o chamado caso "Triplex do Guarujá" - que resultou na condenação por Sergio Moro - e do sítio de Atibaia, a jornalista Leonardo Lellis, da Veja, apelou.

"Mas Lula não deve um mea-culpa ao menos pelas relações impróprias que manteve com as empreiteiras?", indagou a repórter.

Zanin rebateu de pronto: "Não existe mea-culpa a ser feito. O Lula foi presidente em dois mandatos e dialogou com todos os setores do país, inclusive o empresarial, e não praticou qualquer ato ilícito na Presidência ou fora dela. Na verdade, Lula é vítima de lawfare, que é o uso estratégico da Justiça para perseguir um inimigo".

Moro e Dallagnol fazendo política no campo certo

Zanin ainda respondeu pacientemente uma pergunta com viés de provocação, quando a jornalista indagou que "ao entrarem para a política, Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol não estão exercendo um direito legítimo de serem votados?".

"Eles estão fazendo política desde o início da Lava-Jato. A diferença é que agora estão no campo certo para isso, que é o eleitoral. Antes eles faziam isso usando o poder do Estado de investigar, acusar e de punir", respondeu.

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