Em mais um ato de traição aos apoiadores que estão sendo varridos das portas dos quartéis onde clamam por um golpe, Jair Bolsonaro (PL) renovou a concessão pública da TV Globo por mais 15 anos faltando apenas 11 dias para deixar a Presidência da República.
Segundo o jornal O Globo, citando "auxiliares", Bolsonaro não quis deixar que fosse uma decisão de Lula.
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Nos atos assinados nesta terça-feira (21), Bolsonaro renovou as concessões da Rádio e Televisão Bandeirantes de Minas Gerais Ltda., em Belo Horizonte; da Rádio e Televisão Record S.A., em São Paulo, e da Globo Comunicação e Participações S.A., nos municípios do Rio de Janeiro, de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e em Recife.
As concessões da Globo em São Paulo e no Rio são as principais da emissora da família Marinho, que comanda ainda uma rede de afiliadas por todo o Brasil.
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O pedido de renovação da concessão foi feita pela Globo em setembro, em meio a uma série de bravatas de Bolsonaro durante a campanha para incitar os apoiadores.
Em fevereiro, já no aquecimento da campanha, Bolsonaro incitou apoiadores dizendo que teria "informações" para dificultar o processo de renovação da concessão da Globo.
"Da minha parte, para todo mundo, você tem que estar em dia [com a documentação exigida por lei para obter a concessão]", disse ele. "Não vamos perseguir ninguém, nós apenas faremos cumprir a legislação para essas renovações de concessões. Temos informações de que eles vão ter dificuldades", completou.
Essa foi apenas uma das ameaças feitas por Bolsonaro, que atacou a emissora constantemente desde que assumiu o mandato.
"Não vou dar dinheiro para vocês. Globo, não tem dinheiro para vocês. Em 2022... Não é ameaça não. Assim como faço para todo mundo, vai ter que estar direitinho a contabilidade, para que você [Globo] possa ter sua concessão renovada. Se não tiver tudo certo, não renovo a de vocês nem a de ninguém", afirmou o presidente, em 2020.
No entanto, tudo não passou de bravata e Bolsonaro assinou a renovação sem contestar a área técnica e a Consultoria Jurídica do Ministério das Comunicações, que se manifestou favoravelmente aos atos.
Agora, os atos serão encaminhados ao Congresso por mensagem presidencial para aprovação dos parlamentares.