TÁ NA HORA DO JAIR...

Em "transe", Bolsonaro ainda defende golpe, diz jornalista da Globo

Em meio aos caminhões de mudança, Bolsonaro segue negando o resultado das eleições e teria tentado até proibir o encontro entre o general Paulo Sérgio Nogueira, ministro da Defesa, com o sucessor, José Múcio.

Bolsonaro em solenidade de promoção de Oficiais-Generais do Exército.Créditos: Estevam Costa/PR
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Com caminhões de mudança carregados com objetos pessoais e tralhas que ganhou de apoiadores, Jair Bolsonaro (PL) ainda não teria desistido de dar um golpe e seguir no poder, mesmo faltando apenas 14 dias para a posse de seu sucessor, Lula (PT), que venceu as eleições de 30 de outubro e foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última segunda-feira (12).

Segundo o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal o Globo deste domingo (18), Bolsonaro segue em "transe" e quase dois meses depois da derrota segue falando para "vários interlocutores que estiveram ele" que continua querendo anular a eleição.

"Como? Ele não diz. Mas coisa boa não há de ser", emenda o jornalista.

Na mesma coluna deste domingo, Jardim diz que Bolsonaro também quis proibir o atual ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, de se encontrar com seu sucessor, José Múcio Monteiro, que assumirá a pasta no governo Lula.

Melancolia

A chegada dos caminhões de mudança nos palácios do Alvorada e do Planalto teriam provocado um novo abalo psicológico em Bolsonaro, que se isolou após a derrota e  chegou a chorar nas poucas aparições públicas que teve junto a apoiadores e militares.

Reportagem de Guilherme Seto, na coluna Painel na edição deste sábado (17) da Folha de S.Paulo, revela que a proximidade de deixar o Planalto e o Alvorada "afundou novamente na tristeza" o presidente, segundo relatos de aliados que estiveram com ele nos últimos dias.

A melancolia de Bolsonaro fez com que ele interrompesse a sequência de aparições aos apoiadores. 

Reclamando do cansaço da campanha e da tristeza com fim do governo, Bolsonaro pretende ainda tirar "férias" da política nos três primeiros meses do ano.