Quando o apito do árbitro decretar o final da Copa do Catar, disputada entre Argentina e França neste domingo (18), um dos mais icônicos - e controversos - narradores esportivos do Brasil sairá de cena. Aos 72 anos e narrando Copas do Mundo pela Globo desde 1986, Galvão Bueno divulgou um vídeo onde aparece bastante emocionado ao deixar o hotel para se dirigir para sua despedida no Estádio Icônico de Lusail, onde será disputada a partida final do mundial.
"É o último e estou meio estranho. Depois de 48 anos fazendo isso, indo para o estádio, nas cabines, final de Copa do Mundo, última vez. Tô meio estranho, meio Bozó", disse lembrando o também icônico personagem de Chico Anysio, um funcionário aficionado pela TV Globo.
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No vídeo, Galvão ainda lembrou do companheiro de transmissões, o ex-árbitro Arnaldo Cezar Coelho, com quem protagonizou embates históricos e que deixou as cabines de transmissão na Copa da Rússia, em 2018.
"Arnaldo resolveu parar na outra. Faz quatro anos já. Hoje vou entender o que o Arnaldo entendeu, quando acabou a final na Rússia. O que ele sentiu", disse, emendando ao entrar no elevador: "vamos embora encerrar uma página sem fechar o livro".
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No vídeo, gravado pelo esposa, a empresário da moda Desirée Soares, Galvão fez mistério sobre para quem está torcendo na final.
Gazeta, Record, bandeirantes e Globo
Filho da atriz Mildred dos Santos e do produtor, diretor, apresentador e autor de novelas Aldo Viana Galvão Bueno, Galvão Bueno começou a carreira na Rádio Gazeta de São Paulo em 1974, depois de trabalhar numa fábrica de materiais plásticos.
No mesmo grupo, migrou para a TV Gazeta, onde cobriu sua primeira Copa, em 1974. Três anos depois teve uma rápida passagem pela Record, antes de cobrir a Copa de 1978 pela TV Bandeirantes, onde narrou também sua primeira corrida de Fórmula 1, em 1980.
Um ano depois, Galvão foi contratado pela Globo, onde estreou narrando a partida entre o Flamengo e o Jorge Wilstermann, da Bolívia, pela Copa Libertadores da América de 1981. Em 1982 participou da cobertura da Copa, mas os jogos do Brasil ficaram a cargo do narrador principal: Luciano do Valle.
Galvão assumiu o comando das transmissões esportivas na Globo, em especial da Fórmula 1 e da seleção brasileira, aos poucos e em 1986 narrou a derrota brasileira para a França nas quartas de final, que custou a desclassificação. Na final, Galvão narrou a genialidade de Maradona, o melhor jogador do Mundial, que teve a Argentina como campeã.
Galvão ficará gravado na memória auditiva - e visual - dos brasileiros pelas narrações das vitórias de Ayrton Senna "do Brasiiiiil" na Fórmula 1 e pela comemoração, ao lado de Pelé, do pênalti de Roberto Baggio, que mandou a bola para o espaço e fez com que o Brasil conquistasse a primeira Copa narrada pelo jornalista esportivo.
“Acabooooou! É tetraaaaa! É tetraaaaa! É tetraaaaa!”, berrava Galvão, que finaliza sua carreira no Catar neste domingo (18).