ELEIÇÕES 2022

Folha chama Bolsonaro de “ameaça autocrática” em editorial publicado na primeira página

Apesar disso, o jornal não defende o voto em Lula e afirma que as instituições brasileiras estão prontas para enfrentar o presidente, caso seja reeleito

Bolsonaro cloroquina.Créditos: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Escrito en MÍDIA el

O jornal Folha de S.Paulo estampa na capa deste domingo, tanto na edição impressa quanto online, um editorial em que afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma “ameaça autocrática”. “Nunca na Nova República um presidente ameaçou a estabilidade constitucional como o atual mandatário”, diz o texto logo no seu início.

Apesar disso, o jornal não defende o voto no candidato de oposição Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Ao contrário disso, diante do resultado de pesquisa Datafolha de que 79% dos brasileiros consideram a democracia a melhor forma de governo, as instituições “estarão prontas, haja vista a inequívoca convicção democrática da população, para um novo período de bloqueio das investidas tirânicas caso a maioria do eleitorado brasileiro soberanamente decida pela reeleição”.

A Folha lembra em seu texto que Bolsonaro “promoveu tratamentos ineficazes de uma doença letal, retardou a aquisição de vacinas, debochou de famílias enlutadas, protegeu os filhos de investigações e atiçou militares contra o poder civil”.

“Conclamou arruaceiros a cercarem as seções de votação no próximo domingo (30)”, diz ainda.

E afirma que “a agenda que deveria ser a do futuro —educação, saúde, infraestrutura, inovação, redução da pobreza e das desigualdades— ocupou-se de temas que já deveriam estar superados. A sociedade e as instituições tiveram de gastar energia preciosa para proteger regras básicas da convivência democrática”.

E afirma: “é melhor trabalhar com a hipótese corroborada pela experiência —tornar-se autocrata é o verdadeiro programa de governo de Jair Bolsonaro para um eventual segundo mandato”.

Extrema direita não

A Folha de S. Paulo divulgou em 2018, pouco antes do primeiro turno, um comunicado interno em que proíbia seus jornalistas de usar o termo "extrema direita" para se referir a Bolsonaro. Relembre aqui.