Paleontólogos do Museu de Manitoba e do Museu Real de Ontário (ROM) anunciaram a descoberta de uma nova espécie pré-histórica de predador marinho, batizada Mosura fentoni, com idade estimada em 506 milhões de anos, informa o EurekaLert.
O fóssil, encontrado em formações do Folhelho Burgess, no Canadá, apresenta características únicas entre os radiodontes, um grupo extinto de artrópodes primitivos.
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Com o tamanho aproximado de um dedo indicador, Mosura possuía três olhos, apêndices espinhosos para captura de presas, boca circular com dentes e nadadeiras ao longo do corpo. O destaque, no entanto, é a presença de uma estrutura traseira semelhante a um abdômen segmentado com 16 divisões e brânquias — algo jamais observado em radiodontes até então.
Segundo Joe Moysiuk, curador do Museu de Manitoba e autor principal do estudo publicado na Royal Society Open Science, essa adaptação lembra a organização corporal de animais modernos como insetos e caranguejos-ferradura, sugerindo uma convergência evolutiva. A função exata desse segmento permanece incerta, mas pode estar ligada à respiração ou hábitos específicos do animal.
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Apelidado de “mariposa do mar” por seu formato, Mosura também preserva detalhes raros da anatomia interna, incluindo sistema nervoso, digestivo e circulatório. Seu coração bombeava sangue para cavidades corporais abertas, chamadas lacunas, preservadas nos fósseis como áreas reflexivas.
A maioria dos 61 espécimes foi coletada entre 1975 e 2022, principalmente no Parque Nacional Yoho, e alguns vieram de áreas mais recentes em Kootenay. Um exemplar histórico, coletado por Charles Walcott — descobridor do Folhelho Burgess — também foi incluído na análise.
Um exemplar de Mosura será exibido ainda este ano no Museu de Manitoba. A descoberta amplia o conhecimento sobre os primeiros artrópodes e destaca a importância contínua dos acervos paleontológicos canadenses.