Dois tipos de líquens terrestres mostraram resistência surpreendente à radiação marciana em um experimento que simulou as condições extremas do Planeta Vermelho. A descoberta reforça a possibilidade de usar esses organismos em futuras missões espaciais.
Cientistas do Centro de Pesquisa Espacial da Academia Polonesa de Ciências, em Varsóvia, expuseram as espécies Diploschistes muscorum e Cetraria aculeata a uma simulação acelerada de um ano de radiação marciana, concentrada em apenas cinco horas. O teste foi feito em uma câmara de vácuo que replicava a baixa pressão, temperaturas e composição atmosférica de Marte. Ambas as espécies permaneceram metabolicamente ativas durante o experimento.
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Entre as duas, D. muscorum demonstrou maior resistência, sofrendo menos danos celulares, o que a destaca como possível candidata para experimentos de colonização biológica fora da Terra.
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Líquens são organismos simbióticos entre fungos e algas ou bactérias fotossintéticas. Muitos deles são extremófilos, capazes de sobreviver sem hidratação, em baixas temperaturas e até no vácuo do espaço. Já haviam sido apontados como potenciais sobreviventes em ambientes extraterrestres.
Segundo a pesquisadora Kaja Skubala, da Universidade Jaguelônica, o estudo amplia o entendimento sobre como organismos vivos reagem à radiação fora da Terra e reforça seu potencial uso em missões interplanetárias.
Apesar da resistência observada, os cientistas ressaltam que esses organismos não sobreviveriam por longos períodos em Marte sem suporte, devido à ausência de água líquida e à intensa radiação.
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Além dos líquens, outros extremófilos como tardígrados, certos musgos e microrganismos subterrâneos também são estudados como possíveis sobreviventes em Marte.
A NASA planeja enviar uma missão tripulada ao planeta na década de 2030, quando os humanos enfrentarão de perto as condições hostis do planeta — e talvez contem com a ajuda de organismos como os líquens para abrir caminho à vida além da Terra.
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