Um novo relatório do Instituto de Recursos Mundiais (WRI), divulgado este mês, aponta que cinco crimes ambientais — mineração ilegal, extração de madeira, pesca predatória, comércio de vida silvestre e grilagem de terras — estão diretamente ligados à destruição ambiental, corrupção e violações de direitos humanos. O Brasil aparece entre os principais focos dessas práticas.
Segundo o WRI, sediado em Washington (EUA), não é possível enfrentar a crise climática, a perda de biodiversidade e a desigualdade social sem barrar essas atividades ilegais. O documento destaca que esses crimes dependem de redes de corrupção local, financiamento irregular e cadeias globais de suprimentos.
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O relatório dedica atenção especial ao Brasil. Embora o desmatamento na Amazônia tenha recuado desde 2022, a degradação florestal segue em alta. A conversão de floresta em pasto para gado continua como um dos principais motores do desmate ilegal, frequentemente ligado à grilagem de terras públicas.
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Um exemplo citado é o de São Félix do Xingu (PA), onde o prefeito foi acusado de liderar esquemas de desmatamento, inclusive em terras indígenas. Ele já foi multado em mais de R$ 7,5 milhões pelo Ibama.
A mineração ilegal também cresceu de forma alarmante: entre 2010 e 2020, a atividade aumentou quase 500% em terras indígenas. Itaituba (PA), conhecida como "capital do ouro ilegal", é mencionada como centro de resistência às ações de fiscalização.
O comércio ilegal de animais e a pesca predatória também preocupam. O Brasil está entre os maiores exportadores de bexigas natatórias de peixes, usadas na culinária de países asiáticos. Espécies como a pescada amarela e a corvina são capturadas até em áreas protegidas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
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