Mais de 250 organizações e especialistas em clima divulgaram uma carta cobrando transparência e controle sobre a influência de setores poluentes nas negociações climáticas globais. O documento foi enviado à presidência da COP30, que será sediada no Brasil, e ao secretariado-geral da ONU.
Os signatários pedem a exclusão de lobistas poluidores das delegações estatais, a implementação de declarações de interesse para organizadores e delegações, além de critérios mais rígidos para escolha dos países-sede, evitando nações autoritárias e com baixa atuação climática. As últimas três edições ocorreram no Egito, Emirados Árabes e Azerbaijão, países produtores de petróleo e com restrições às liberdades individuais.
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A carta é assinada por cientistas como Carlos Nobre e Raoni Rajão e organizações como WWF, Greenpeace, Instituto Socioambiental (ISA) e Anistia Internacional, além de redes como a Climate Action Network e o Observatório do Clima.
O tema não é novo. Durante a COP29, no Azerbaijão, um grupo de especialistas, incluindo Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da ONU, publicou uma carta aberta pedindo uma reforma na conferência. Dados da coalizão Kick Big Polluters Out (KBPO) mostram que 1.773 lobistas do setor petrolífero participaram da COP29. No evento anterior, em Dubai, foram 2.450. Empresas como Chevron, ExxonMobil, BP, Shell e Eni enviaram 39 lobistas à COP29, segundo ((o))eco.
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Levantamento do mesmo portal revelou que, em 2024, o Brasil foi o segundo país com mais lobistas do setor da carne na conferência de Baku.
Com a COP30 marcada para novembro, em Belém, os signatários alertam que a adoção dessas medidas é essencial para garantir transparência e credibilidade ao processo climático global.