Fósseis de megafauna encontrados no Espírito Santo têm até 42 mil anos, diz laboratório

Os animais habitaram a região brasileira durante o Pleistoceno, e o mais velho deles teve a idade estimada em 42 mil anos

Tigre dentes-de-sabre - representação.Créditos: free source
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Em julho de 2024, pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) descobriram, no sítio arqueológico Gruta do Limoeiro, localizado no município de Castelo, no Espírito Santo, restos mortais fossilizados de quatro animais pré-históricos, entre eles o primeiro tigre-dentes-de-sabre (Smilodon populator) a ser encontrado no estado, preguiças-gigantes e um toxodonte.

Os fósseis foram encaminhados, então, para um laboratório nos Estados Unidos a fim de se determinar sua idade geológica; e, a partir de técnica de datação por radiocarbono, especialistas do laboratório Beta Analytic, na Flórida, concluíram que as espécies viveram em território brasileiro entre 14 mil e 42 mil anos atrás.

Os tigres-dentes-de-sabre, da subfamília Machairodontinae (que inclui felinos com dentes caninos longos, os "dentes de sabre"), surgiram durante o Pleistoceno [ocorrido entre 2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás], em regiões da América do Sul e da América do Norte.

O primeiro fóssil dessa espécie a ser encontrado no Espírito Santo teve sua idade estimada pelas análises laboratoriais em 34.700 anos. Ele habitou a região no período em que a megafauna compunha o território sul-americano — populações de mamíferos de grande porte, como mamutes, mastodontes e rinocerontes lanudos. 

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Já os remaniscentes de toxodonte (Toxodon platensis), espécie que habitou regiões da Argentina, do Uruguai, da Bolívia e do Brasil ao fim do Pleistoceno, foi avaliado em 42 mil anos, o mais antigo dos fósseis encontrados pelos pesquisadores.

Os Toxodon platensis, cuja denominação significa "dente em arco" (toxodon) e "plata" (platensis, em referência à Plata argentina), eram mamíferos herbívoros de grande porte, robustos e com traços fisionômicos que remetem aos de espécimes modernos. Mediam cerca de 2,7 metros de comprimento e 1,5 de altura, e podiam pesar até 1.500 kg, com pernas curtas e fortes e uma estrutura óssea similar à dos rinocerontes e hipopótamos atuais.

Os fósseis de preguiças-gigantes, do gênero Megatherium, foram estimados em até 14 mil anos. Nativas do continente sul-americano, as preguiças-gigantes podiam atingir até 6 metros de comprimento e pesar mais de 4 toneladas.

Os fósseis mais abundantes dessa espécie costumam ser encontrados na região da Patagônia, mas elas também habitavam áreas tropicais.

No Brasil, já foram descobertos fósseis de diferentes espécies do animal que existiu na Era do Gelo em estados como Minas Gerais, Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul. 

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