Mariana: julgamento sobre desastre ambiental termina em Londres, mas sentença pode demorar

O rompimento da barragem da Samarco deixou 19 mortos, destruiu comunidades e despejou 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no rio Doce

Créditos: Antônio Cruz/Agência Brasil
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O julgamento da mineradora australiana BHP pelo desastre de Mariana (MG), ocorrido em 2015, está previsto para ser concluído nesta quinta-feira (13) em Londres. A decisão final será divulgada nos próximos meses. No processo, 630 mil vítimas exigem indenizações no valor de 36 bilhões de libras (cerca de R$ 268 bilhões).

As vítimas recorreram à Justiça britânica devido à insatisfação com as ações no Brasil. Caso haja recurso, um novo julgamento poderá ser realizado.

O rompimento da barragem da Samarco, joint venture entre BHP e Vale, deixou 19 mortos, destruiu comunidades, incluindo territórios indígenas, e despejou 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no rio Doce, atingindo o oceano Atlântico.

A BHP, que à época tinha sede em Londres, nega responsabilidade direta pelo desastre e alega ter prestado assistência a 432 mil pessoas. Advogados das vítimas contestam a efetividade dos reparos.

Paralelamente, a Justiça brasileira absolveu a Samarco, a Vale e a BHP, alegando falta de provas para responsabilizá-las. Em outubro de 2023, um acordo de US$ 30 bilhões (R$ 175 bilhões) foi firmado entre as empresas e autoridades brasileiras, mas advogados afirmam que menos de 40% dos afetados serão contemplados.

Tom Goodhead, advogado das vítimas, acusa a BHP de minimizar suas responsabilidades, apesar de saber dos riscos antes do colapso. A mineradora afirma que a segurança sempre foi prioridade e que a qualidade da água do rio Doce já foi restaurada. Para os atingidos, no entanto, os danos seguem sem reparação adequada.

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