Investigado por crime ambiental, Veio da Havan ataca ambientalistas: "ecochatos"

Em um vídeo publicado nas redes sociais na terça-feira (11), o empresário Luciano Hang aparece ao lado do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), para criticar a portaria que regulamenta a pesca sustentável

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Luciano Hang, empresário à frente da rede Havan e figura conhecida por seu alinhamento com o bolsonarismo, voltou a adotar um discurso negacionista em relação ao meio ambiente.

Em um vídeo publicado nas redes sociais na última segunda-feira (11), Hang atacou ambientalistas, chamando-os de "ecochatos", ao criticar uma portaria conjunta do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima que estabelece limites para a captura da tainha (Mugil liza) a partir de 2025.

A medida regulamenta a atividade pesqueira por meio da definição de cotas, com critérios específicos para cada modalidade e área de pesca, além de impor regras de monitoramento e controle. Ambientalistas defendem a norma como essencial para a preservação dos ecossistemas marinhos e a manutenção da atividade pesqueira de forma sustentável.

No vídeo, Hang aparece ao lado do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e argumenta que as restrições impostas pela portaria comprometem a tradição da pesca na região litorânea do estado. .

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Especialista contestam afirmação de Hang 

Especialistas, no entanto, alertam que a sobrepesca pode esgotar os estoques naturais, tornando a atividade inviável a longo prazo e causando danos irreversíveis ao meio ambiente

Oceanógrafos destacam que a pesca pode ser uma atividade sustentável desde que respeite os limites ecológicos e a capacidade de regeneração das espécies. Contudo, a exploração excessiva e práticas predatórias representam riscos significativos, podendo levar ao colapso das populações de peixes e afetar comunidades que dependem economicamente da pesca.

Para evitar esse cenário, pesquisadores reforçam a importância de políticas de manejo baseadas em dados científicos, monitoramento rigoroso e participação do setor pesqueiro na definição de estratégias sustentáveis.

Histórico contra o meio ambiente 

Essa não é a primeira vez que Hang se envolve em polêmicas ambientais. A atuação da Havan já foi questionada diversas vezes devido a suspeitas de irregularidades. Em 2021, a instalação de uma loja da rede em Canoas (RS) gerou denúncias relacionadas a danos ambientais.

O empresário também acumula declarações polêmicas sobre a legislação ambiental. Em 2019, durante uma sessão na Câmara de Vereadores de Joinville (SC), chegou a afirmar que "o meio ambiente é o câncer do país", em uma crítica aos processos de licenciamento ambiental.

No mesmo ano, o Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) recomendou a suspensão da construção de uma unidade da Havan em Joinville após indícios de que a obra teria aterrado uma nascente e um curso d'água, segundo levantamentos hidrográficos.

Em 2022, um documentário produzido por estudantes de jornalismo da UFRGS, sob a orientação do professor Marcelo Träsel, então presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), expôs os impactos ambientais causados pela rede Havan em Canoas. A produção denunciou a destruição da última grande área verde do centro da cidade para a construção da loja, gerando preocupação entre ambientalistas e moradores da região.

Assista o documentário abaixo. 

 

 

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