Uma nova análise apontou que o setor de energia limpa teve um impacto significativo na economia chinesa, representando 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2024. Com um volume de vendas e investimentos estimado em 13,6 trilhões de yuans (cerca de US$ 1,9 trilhão), esse segmento superou o setor imobiliário em termos de valor de mercado.
O crescimento expressivo da tecnologia limpa na China foi impulsionado principalmente pelos avanços na energia solar, na produção de veículos elétricos (VEs) e no desenvolvimento de baterias, consolidando o país como um líder global no setor.
Te podría interesar
O estudo, realizado pelo Carbon Brief, baseou-se em dados oficiais, informações da indústria e relatórios de especialistas. A análise adotou um conceito abrangente de "energia limpa", incluindo fontes renováveis, energia nuclear, redes elétricas, armazenamento energético, veículos elétricos e infraestrutura ferroviária.
Entre os diversos setores analisados, a fabricação de veículos elétricos e suas baterias se destacou, representando aproximadamente 39% do total movimentado pela economia de energia limpa chinesa no ano passado.
Te podría interesar
Simon Evans, pesquisador do Carbon Brief, destacou a estratégia consistente da China nesse campo: "O país vem direcionando grandes investimentos para essas áreas há anos. A velocidade e a escala desse crescimento podem ter surpreendido alguns, mas essa evolução não aconteceu por acaso. O governo chinês tem promovido deliberadamente sua indústria de veículos elétricos como parte de uma política estratégica."
Segundo Evans, um dos principais motivos por trás dessa estratégia é a redução da dependência chinesa de importações de petróleo, o que contribui para o fortalecimento da segurança energética e melhora a balança comercial do país.
O avanço da energia limpa na China dependerá das diretrizes estabelecidas no próximo plano quinquenal de desenvolvimento econômico e social, que entrará em vigor a partir de 2026.
Apesar das incertezas políticas globais, Evans avalia que a China seguirá expandindo suas iniciativas no setor: "Muitos se perguntam sobre os efeitos de mudanças políticas internacionais, como as eleições nos Estados Unidos, no compromisso da China com a transição energética. No entanto, durante a COP29, Pequim deixou claro que manterá sua trajetória nesse campo."
Ele acrescentou que essa decisão não é movida apenas por preocupações ambientais, mas sobretudo por interesses econômicos: "A China investiu somas colossais na construção dessas indústrias e enxerga nelas um caminho economicamente vantajoso. Não há razão para retroceder apenas porque algumas lideranças internacionais negam as mudanças climáticas."