Um fenômeno geológico em curso pode levar à formação de um tsunami de grandes proporções na costa de Oregon, estado norte-americano situado no Noroeste Pacífico, no local em que um ponto da Zona de Subducção de Cascadia, uma falha tectônica de mais de mil quilômetros (localizada a cerca de 50 ou 100 quilômetros da costa), acumula pressão e energia ao longo do tempo.
Formada pelo encontro entre as placas tectônicas Juan de Fuca e Norte-Americana, a Subducção de Cascadia, como diz seu nome, está sujeita ao movimento de subducção (isto é, uma placa tectônica se movendo sob a outra) pelo qual as placas interagem: a placa oceânica Juan de Fuca se desloca para baixo da placa Norte-Americana, e, quando há uma queda brusca de pressão, é possível que as grandes quantidades de energia liberadas pelo movimento ocasionem a formação de um terremoto de grande magnitude nas áreas próximas à falha.
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Os tremores no fundo do oceano seriam capazes de originar, por sua vez, um tsunami cujas ondas poderiam chegar a 30 metros de altura, que atingiria a costa de Oregon em minutos.
Em 2015, além disso, cientistas da Universidade de Washington identificaram a existência de um enorme buraco aberto na falha de Cascadia, o chamado "Oásis de Pítia" (nomeado em homenagem à sacerdotisa grega Pítia, conhecida por suas atividades de oráculo e por suas previsões proféticas).
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Há ali, a cerca de 4 km de profundidade, um líquido em formação, que funciona como uma espécie de lubrificante e surge entre as placas para tornar suas movimentações menos rígidas. Mas é o possível vazamento desse líquido que preocupa os cientistas: se liberado, ele pode intensificar a fricção subductora entre as placas tectônicas, aumentando, assim, as chances de um terremoto.
No começo de fevereiro, Tina Kotek, a governadora do estado de Oregon, declarou o mês como "período de conscientização sobre tsunamis e terremotos", em vista do alerta do Departamento de Emergências a respeito de potenciais medidas de segurança caso o fenômeno geológico leve à formação de um evento catastrófico.
"Oregon sofreu danos consideráveis por conta de terremotos moderados no passado, incluindo os terremotos Scott Mills e Klamath Falls, de 1993, e um tsunami mortal do Alaska em 1964", diz a proclamação assinada pela governadora.
Em dezembro de 2024, um alerta foi emitido pelas atividades da falha de Cascadia, cujos terremotos tendem a ocorrer em intervalos de 300 a 500 anos. O último desses eventos ocorreu em 1700 (há exatamente 325 anos), quando um terremoto de magnitude 9,0 atingiu o estado e provocou um tsunami que se espalhou ao longo do Pacífico, chegando ao Japão.
De acordo com os cientistas, há 37% de chance de que ocorra um "megaterremoto" na região nos próximos 50 anos, informa o R7 Internacional.