CRIME AMBIENTAL

Marina Silva compara 'terrorismo climático' com 8 de janeiro e pede punições mais rigorosas

Ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva caracterizou ações como ‘intencionais e coordenadas’.

Ministra Marina Silva (REDE) em evento ontem (14) em São Carlos.Créditos: Reprodução/EPTV
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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (REDE), declarou em visita ao interior de São Paulo ontem (14) que o Brasil está enfrentando um verdadeiro "terrorismo climático" em decorrência da seca histórica e dos inúmeros incêndios que atingem o país.


A ministra, que pretende apresentar  ao Congresso nas próximas semanas um conjunto de medidas para a criação de uma Autoridade Climática, afirmou que "parece haver uma aliança entre o crime e a emergência climática". Segundo ela, essa conexão entre ações criminosas, como desmatamentos e queimadas ilegais, e o agravamento da crise climática intensifica os desastres ambientais que o Brasil tem enfrentado.


“Há uma intenção nas ações dessas pessoas. Não é possível que, diante de uma das maiores secas da história do nosso continente e do nosso país, as pessoas continuem colocando fogo. Isso causa um grande mal à saúde pública, ao meio ambiente, aos nossos sistemas produtivos e só agrava o problema da mudança climática”, afirmou.


Marina Silva fez um balanço das queimadas que atingem o país e alertou para os danos causados à saúde pública pela crise climática. Para ela, o Brasil enfrenta uma situação crítica, com apenas dois estados, entre as vinte e sete unidades da federação, fora da classificação de seca intensa.


“Há uma proibição em todo o território nacional do uso do fogo, mas existem aqueles que estão promovendo um verdadeiro terrorismo climático, utilizando a alta temperatura e a baixa umidade para atear fogo em nosso país, prejudicando a saúde das pessoas, a biodiversidade e destruindo as florestas.”

 

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Terrorismo climático se assemelha a 8 de janeiro, diz Marina Silva


Em comparação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro do ano passado, quando bolsonaristas acampados na Esplanada dos Ministérios invadiram os prédios dos Três Poderes em Brasília, Marina Silva destacou a importância do trabalho de inteligência para investigar as queimadas provocadas por “pessoas atuando deliberadamente para criar o caos no Brasil”.


"Já são 50 inquéritos abertos [pela Polícia Federal], e é preciso continuar investigando, com o trabalho de inteligência acompanhando tudo isso, porque é através da inteligência que vamos poder descobrir a origem dessa motivação. É preciso que haja investigação, punição, e que as penas sejam mais severas. Isso está sendo estudado na sala de situação.”