Na última semana, a Amazônia se tornou a maior emissora de gases do efeito estufa no planeta, de acordo com análises do observatório europeu Copernicus, devido às queimadas e aos incêndios que destruíram grande parte da vegetação na região.
O dado foi divulgado pelo doutor em biologia e pesquisador da USP e da Universidade Federal do Amazonas Lucas Ferrante, ao O Globo.
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Somente nesta quinta-feira (12), o Brasil registrou 3.502 focos de incêndio, segundo o sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desse total, a maioria (51,3%) ficou concentrada na Amazônia, com 1.797 focos.
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Além disso, somente em agosto, a área de floresta nativa atingida pelo fogo na região teve um aumento de 132% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e 9 de setembro, foram detectados mais de 82 mil focos de incêndio.
A escalada das queimadas na Amazônia está relacionada à seca extrema e histórica que o bioma enfrenta este ano, mas a sua causa está ligada diretamente à ação humana. Os focos de incêndio na região são provocados pelo ser humano, geralmente durante etapas do desmatamento, tanto para limpar a terra da vegetação quanto para enfraquecer a floresta. Esse incêndios liberam dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e monóxido de carbono (CO), conhecidos como gases de efeito estufa (GEE).
Chuva preta causada pelas queimadas
Com 60% do território nacional coberto por fumaça devido às queimadas e incêndios não só na Amazônia, mas também no Cerrado e no Pantanal, de Norte ao Sul do país, a meteorologia indiciou que nos próximos dias, a previsão é que uma "chuva preta" atinja o país.
A frente fria deve chegar aos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de países vizinhos como Argentina e Uruguai. A chuva preta é causada por poluentes, fuligem e cinzas e é prejudicial à saúde e ao meio ambiente.
"Esse tipo de chuva, que não necessariamente se precipita com cor preta, é indicativo de altos níveis de poluição, e geralmente é observada em locais próximos a áreas industriais, queimadas ou onde há intensa queima de combustíveis fósseis", explicou o Metsul em nota.
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