O Brasil já perdeu 33% de sua vegetação nativa devido a ações humanas sobre a terra, de acordo com o novo levantamento do MapBiomas, divulgado nesta quarta-feira (21). A maior parte da perda da vegetação ocorreu na Amazônia, bioma mais importante para o combate à crise climática.
O dado corresponde ao período entre 1985 e 2023. Até o primeiro ano analisado, a perda de áreas naturais correspondia a 20% do território. Nos anos seguintes, o desmatamento avançou sobre 13% do território, ou seja, 110 milhões de hectares. Desse total, metade foi perdida na Amazônia.
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“Com isso, a Amazônia brasileira tem hoje 81% [do território] coberto por florestas e vegetação nativa, o que a coloca muito próximo da margem estimada pelos cientistas para seu ponto de não retorno, estimado entre 80% e 75% de vegetação nativa”, alerta o relatório.
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Mais expostos aos eventos climáticos extremos
Não só a Amazônia, mas toda a vegetação nativa nos diferentes biomas são importantes para a preservação do clima e a proteção a eventos climáticos extremos. Assim, o desmatamento é um dos principais fatores que intensificam a crise climática, que já causa estragos alarmantes no país, a exemplo das enchentes no Rio Grande do Sul em abril e maio deste ano.
“A perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos. Em síntese, representa aumento dos riscos climáticos. Uma parte significativa dos municípios brasileiros ainda perde vegetação nativa; mas, por outro lado, os últimos quase ? dos municípios brasileiros estão recuperando áreas de vegetação nativa”, explica o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo.
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Agropecuária: a grande desmatadora
A principal atividade responsável pelo desmatamento da vegetação nativa no país é a agropecuária, que vem aumentando sua área de expansão ano a ano.
No período analisado, a atividade avançou sobre todos os biomas: Cerrado: passou de 28% para 47%; de 28% para 45% no Pampa; de 3% para 16% na Amazônia; de 5% para 17% no Pantanal; de 28% para 38% na Caatinga; de 63% para 65% na Mata Atlântica.
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Terras Indígenas são as mais preservadas
As Terra Indígenas continuam sendo as áreas mais preservadas do país. Cobrindo 13% do território, elas perderam menos de 1% de sua vegetação nativa entre 1985 e 2023, enquanto nas áreas privadas o registro foi de 28%.
Os dados reforçam a importância da demarcação dos territórios indígenas não só para a proteção das comunidades, que vivem em cenários de constantes ataques de fazendeiros, garimpeiros e grileiros, mas também para a preservação da vida natural.