CRISE CLIMÁTICA

Brasil soma prejuízo de mais de R$ 37 bilhões por catástrofes naturais em 2024

Levantamento foi realizado pela Aon, multinacional britânica, que trabalha com gestão de riscos e resseguros; enchentes no Rio Grande do Sul representaram 78% das perdas econômicas.

Enchentes no Rio Grande do Sul representaram ao Brasil a maior perda econômica por catástrofes naturais em 2024.Créditos: Amanda Perobelli/Agência Brasil
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Os desastres naturais no Brasil geraram perdas econômicas de US$ 6,4 bilhões ( aproximadamente R$ 37 bilhões) entre janeiro e setembro de 2024, segundo o Global Catastrophe Recap Report da Aon plc. Segundo relatório, o valor representa uma redução de 57% em relação ao mesmo período de 2023, quando a seca na bacia do Rio da Prata resultou em mais de US$ 10 bilhões em prejuízos.

Eventos de Maior Impacto

As enchentes no Rio Grande do Sul, ocorridas entre 28 de abril e 3 de maio, foram o evento com maior impacto econômico no último per, com perdas estimadas em US$ 5 bilhões. Também foram registrados prejuízos de US$ 360 milhões devido às queimadas que atingiram várias regiões, principalmente no segundo semestre, e de US$ 470 milhões em consequência de uma seca severa. 

De acordo com Beatriz Protásio, CEO de Resseguros da Aon no Brasil, as queimadas e as enchentes tornaram mais evidentes a vulnerabilidade do Brasil aos eventos climáticos extremos. "É essencial reconhecer que o país tem regiões vulneráveis para identificar e quantificar melhor possíveis ameaças e seus impactos", observou. 

Para Potásio a emergência climática também impõe a necessidade de medidas preventivas, como investimentos em infraestrutura resiliente, modelagem de riscos e ampliação da cobertura de seguros. “Essas ações podem reduzir impactos econômicos e sociais em situações de desastres extremos”, afirmou.

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Cenário Global

No mundo, os desastres naturais somaram US$ 258 bilhões em perdas nos primeiros nove meses de 2024, abaixo da média histórica do século XXI (US$ 276 bilhões) e das perdas de 2023 (US$ 351 bilhões). Contudo, as perdas seguradas, estimadas em US$ 102 bilhões, superaram a média histórica de US$ 79 bilhões, impulsionadas por eventos como o furacão Milton no Golfo do México.

Outros fenômenos com impactos significativos ao redor do mundo foram também o tufão Yagi, resultando em US$ 12,6 bilhões em prejuízo no Sudeste Asiático, e as enchentes severas na China, com perdas estimados de US$ 15,6 bilhões.

Embora os prejuízos tenham diminuído em 2024, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos relacionados à vulnerabilidade climática. Reforçar a resiliência das infraestruturas e implementar estratégias de mitigação são passos cruciais para minimizar danos futuros e proteger a população diante de eventos climáticos extremos.

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