Cientistas de diversas instituições reúnem-se, esta semana, no Invermay Agresearch Center, instituto especializado em pesquisa genômica, reprodução animal e biossegurança, na Nova Zelândia, para estudar pela primeira vez um espécime completo de baleia-bicuda, do inglês "spade-toothed whale" (baleia dente-de-espada), considerada a espécie de baleia mais rara do mundo.
Baleias dessa espécie são conhecidas por seus dentes superiores, que se assemelham a espadas, e por seus bicos alongados e finos.
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Desde 1800, apenas sete espécimes foram documentados, seis deles avistados na Nova Zelândia. As baleias bicudas, que mergulham em águas profundas, são nativas do Pacífico Sul.
Agora, pela primeira vez, uma baleia bicuda macho que atracou e faleceu na costa de Otago, no sul da Nova Zelândia, vai ser examinada de forma completa por uma equipe de cientistas, que deve trabalhar ao lado de comunidades maiori no centro de pesquisas de Mosgiel.
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Os maiori de Otakou, comunidade local de Otago, são conhecidos por sua ligação com a caça e a pesca e pelos laços que mantêm com questões ambientais, e detêm direito consuetudinário sobre a utilização dos recursos naturais e a preservação do espaço natural da região.
"As baleias são animais incrivelmente importantes em nossa cultura", afirmou Tumai Cassidy, uma autoridade maori local, ao The Guardian. "Nossa chegada a Aotearoa [Nova Zelândia] está profundamente ligada às baleias e, como outras culturas ao redor do mundo, utilizamos diferentes partes de seus corpos".
As análises conjuntas devem ser focadas em entender como o espécime emite seu som característico, a quantidade de vértebras que possui, seu peso e índice de gordura, a estrutura da garganta e outros detalhes que podem ajudar a identificar seus padrões de comportamento e sua evolução enquanto espécie.
Após os estudos, que devem durar pelo menos cinco dias, o esqueleto da baleia deve ser doado ao Museu de Otago, mas os maori devem manter a mandíbula do animal por questões de uso cultural.