Novos dados confirmam que 2024 será o ano mais quente já registrado e o primeiro a ultrapassar o limiar estabelecido pelo Acordo de Paris, por meio do qual todos os países se comprometeram a se esforçar para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.
Além deste índice, segundo os cientistas, são inevitáveis os impactos como o agravamento de secas, ondas de calor e aumento do nível do mar. Os especialistas alertam que, a partir deste nível, a crise climática começa a ultrapassar a capacidade de adaptação dos humanos.
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Os dados são do Serviço Copérnico para as Alterações Climáticas (C3S), lançado pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo em nome da Comissão Europeia. O instituto publica boletins mensais sobre as alterações observadas nas temperaturas globais do ar e da superfície do mar, além de trazer dados sobre a cobertura de gelo marinho e as variáveis ??hidrológicas.
Segundo a vice-diretora do Copérnico, Samantha Burgess, “10 meses depois de 2024, é praticamente certo que será o ano mais quente já registrado e o primeiro com mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o conjunto de dados ERA5. Isso representa um novo marco nos registros de temperatura global e deve servir como catalisador para aumentar a ambição antes da próxima Conferência sobre Mudanças Climáticas, a COP29”.
Chuvas intensas, inundações... e secas
O mês de outubro de 2024 foi 1,65 °C acima do nível pré-industrial e o 15º mês num período de 16 meses no qual a temperatura média global do ar na superfície ficou 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
Em seu boletim, o Copérnico ressalta ainda que, em outubro, várias regiões da Europa foram atingidas por inundações significativas devido a chuvas intensas. Em 29 de outubro, por exemplo, um evento de chuva extrema causou inundações catastróficas na região de Valência, no leste da Espanha, matando mais de 200 pessoas.
Várias áreas tiveram condições mais úmidas do que o normal, incluindo o sul e o leste da China e Taiwan, onde a tempestade tropical Kong-rey trouxe chuvas pesadas no final do mês. Nos Estados Unidos, o furacão Milton levou a chuvas pesadas na Flórida, que, combinadas com tempestades, resultaram em inundações severas.
Por outro lado, destaca o boletim, condições mais secas do que o normal foram registradas em grandes partes dos Estados Unidos, onde a seca recorde continua, nas planícies centrais da Austrália, em grande parte do sul da África e Madagascar, e em partes da Argentina e do Chile.
Com informações do Sinc