De Baku, Azerbaijão -- "Coma plantas, plante árvores", grita um jovem ativista -- não muito longe de onde o Brasil promove o agronegócio fortemente baseado em venenos e se orgulha de ser um dos maiores exportadores de carne bovina, de frango e suína.
A COP29 mergulhou na fase das negociações de bastidores -- e a sociedade civil, como denunciou um grupo de jovens brasileiros, nem entra na sala.
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Por outro lado, 2.456 lobistas dos combustíveis fósseis conseguiram credenciamento para atuar no evento.
A expectativa é de que até o dia 22 algum tipo de acordo seja anunciado, sobre financiamento para transição energética e um mercado de carbono que permita a poluidores "pagar seus pecados" mantendo florestas tropicais em pé, por exemplo.
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Mas, reina o pessimismo, com a expectativa de que Estados Unidos e até mesmo a Argentina de Javier Milei simplesmente renunciem ao acordo de Paris, que tem como meta reduzir as emissões de gases efeito estufa para frear o aumento da temperatura global em 1,5 grau em relação ao período pré-industrial.
A verdadeira solução
No momento em que países produtores de petróleo -- como Brasil, Emirados Árabes Unidos e Azerbaijão, que formam "a troika" -- parecem ter grande protagonismo nos bastidores, ativistas denunciam nos corredores que a verdadeira solução é abandonar o 'desenvolvimento' baseado no crescimento do PIB, cortar o uso de petróleo e gás e deixar de comer carne.
Isso mesmo, aquela picanha pode ser saborosa, mas faz muito mal ao planeta.
Quem diz isso, dentre outros, é o movimento Tratado de Base Vegetal.
Ele tem 40 propostas, algumas das quais já foram abraçadas por cidades.
Enfrentar a emergência do metano: de acordo com as Nações Unidas, um aumento de 0,3°C na temperatura poderia ser evitado até 2045 se as emissões de metano fossem reduzidas em 45% nesta década. Sendo a principal fonte de emissões de metano causadas pelo homem, uma transição da pecuária para um sistema alimentar sustentável baseado em plantas nos ajudaria a atingir este objetivo o mais rapidamente possível.
O metano, do qual a China é a maior produtora global, resulta dentre outras fontes dos gases expelidos pelos rebanhos de corte.
McDonald's, culpado
Coma um sanduíche do McDonald's e você estará ajudando a destruir o planeta -- há outros motivos além do consumo de carne, como a grande quantidade de água necessária para manter os rebanhos.
Os militantes se baseiam na Ciência para clamar por uma economia baseada em um pão vegano:
O impacto devastador e apocalítico da pecuária nas fronteiras planetárias, desde mudanças no uso da terra, zonas mortas nos oceanos, ondas de calor incessantes e derretimento das calotas polares, até incêndios florestais arrasadores, exigem soluções abrangentes, como mudar para dietas baseadas em vegetais.
Além de já terem convencido autoridades locais de cidades como West Hollywood e Hoboken, nos Estados Unidos, Belfast na Irlanda do Norte e Amsterdã, na Holanda, os organizadores da campanha dizem já ter obtido o apoio de cientistas, políticos e celebridades como Paul McCartney e dois de seus filhos que também são veganos, Mary e Stella:
Acreditamos na justiça para os animais, o meio ambiente e as pessoas. É por isso que apoiamos o Tratado de Base Vegetal e incentivamos indivíduos e governos a assiná-lo.