SUSTENTABILIDADE

Programa EcoInvest atrai R$ 45 bilhões em financiamento para projetos sustentáveis

As instituições financeiras selecionadas poderão acessar recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC) e destiná-los a investidores, complementando operações realizadas no exterior

Créditos: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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O governo brasileiro conseguiu captar R$ 45 bilhões em financiamentos voltados para projetos sustentáveis através da primeira fase do programa EcoInvest. O objetivo dessa iniciativa de hedge cambial é atrair capital para projetos sustentáveis de longo prazo, lançada em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para o presidente do BID, Ilan Goldfajn, o Ecoinvest inaugura um novo modelo e pode servir de modelo para outros países além do Brasil. “O EcoInvest está gerando um grande interesse em outros países. Há uma busca para mitigar os riscos cambiais e atrair mais recursos para os investimentos verdes”, declara  Ilan, em nota ao Estadão/Broadcast.

De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o montante foi mobilizado a partir de um aporte inicial de R$ 7 bilhões no instrumento de blended finance, um tipo de financiamento que combina recursos públicos e privados.

As instituições financeiras que vencerem o leilão terão acesso aos recursos do FNMC e poderão repassá-los a investidores, adicionando-os a operações de mercado de capitais no exterior.

Lançado em novembro do ano passado, o EcoInvest é uma das principais estratégias da equipe econômica do governo Lula para mitigar os riscos da volatilidade cambial e, assim, atrair mais investimentos externos. A cada R$ 1 investido pelo setor público, o setor privado deve aportar, no mínimo, R$ 6, viabilizando o financiamento de projetos sustentáveis a juros reduzidos.

"Isso se aplica ao SAF (combustível sustentável de aviação), economia circular, biocombustíveis, energia eólica e solar, enfim, tudo que esteja ligado ao futuro do país e à transformação ecológica", afirmou Haddad ao destacar os setores que se beneficiarão dos recursos. “Nós não estamos falando da velha indústria, estamos falando da coisa mais moderna que tem no mundo, e o Brasil tem que participar do que tem de mais moderno do mundo. Senão, vamos ficando para trás”, acrescentou.