De acordo com o novo relatório do Monitor do Fogo, coordenado pelo MapBiomas, entre janeiro e setembro, o fogo consumiu 22,38 milhões de hectares, representando aumento de 150% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram queimados 8,98 milhões de hectares.
Conforme o levantamento, mais da metade das áreas atingidas (51%, ou 11,3 milhões de hectares) está concentrada na Amazônia. Além disso, três estados – Pará, Tocantins e Mato Grosso – são responsáveis por 56% de toda a área queimada no país, com o Mato Grosso liderando com cerca de um quarto do total (5,5 milhões de hectares).
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Proporcionalmente, o Pantanal foi o bioma mais impactado. A área devastada pelas chamas entre janeiro e setembro de 2024 aumentou 2.306% em relação à média dos últimos cinco anos. No total, foram destruídos quase 1,5 milhão de hectares, dos quais 318 mil foram queimados apenas em setembro, representando 1/5 do total.
Os dados apontam que setembro foi o mês mais crítico em termos de queimadas em 2024, com 10,65 milhões de hectares atingidos, aumento de 90% em relação a agosto, quando foram queimados 5,65 milhões de hectares.
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Quando comparado a setembro de 2023, o aumento é ainda mais alarmante: 181% a mais, com 6,8 milhões de hectares adicionais consumidos pelas chamas. O território queimado em setembro corresponde a quase metade (47,6%) de toda a área afetada no Brasil ao longo de 2024.
Na Amazônia
As queimadas foram particularmente intensas na Amazônia, onde 5,5 milhões de hectares foram destruídos somente em setembro, aumento de 196% em comparação ao mesmo período do ano passado. Este número corresponde a mais da metade (52%) do total queimado em todo o país durante o mês.
O Cerrado, segundo bioma mais afetado em setembro, também registrou um aumento expressivo de 117% na área queimada, com 4,3 milhões de hectares impactados. O número representa quase metade dos 8,4 milhões de hectares queimados no Cerrado em 2024, sendo o maior registro de queimadas para um mês de setembro nos últimos cinco anos, superando a média histórica para o período em 64%.
Queimadas na mira da AGU
Na semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou cinco Ações Civis Públicas (ACPs) contra responsáveis pela destruição de vegetação nativa por meio de queimadas, nos estados do Amazonas, Rondônia e Pará. As ações buscam a reparação de R$ 89 milhões pela destruição de aproximadamente cinco mil hectares do bioma Amazônico.
Coordenadas pelo grupo AGU Recupera, criado em 2003, o trabalho integra estratégias da AGU para enfrentar ilícitos ambientais. As ACPs foram fundamentadas em autos de infração e laudos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).