Igor Camparin é dono de grandes propriedades usadas para monoculturas extensivas de soja no estado do Piauí. Em 2023, de acordo com o Repórter Brasil, a Fazenda de São Francisco, que pertence a Comparin, foi embargada pela Smarh (Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí) por desmatamento e supressão de espaços de preservação.
A área desmatada pela propriedade era de 1.971,7 hectares, contando com uma reserva de 618,9 hectares composta por vegetação nativa de preservação legal.
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Aproximadamente 2,5 mil campos de futebol eram usados por Camparin para a produção de soja, e foram destruídos pela abertura de novas lavouras no Cerrado piauiense — o desmatamento da região, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), já gerou 11 milhões de toneladas de CO2 de janeiro de 2023 a julho de 2024.
Além dos embargos sobre suas propriedades, Comparin foi multado em R$5 milhões pelo desmatamento do Cerrado, e R$800 mil foram cobrados pela "instalação de atividades utilizadoras de recursos naturais" nas propriedades.
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Mesmo depois dessas condenações, as fazendas de soja de Comparin forneceram o grão para uma multinacional do setor alimentício de agronegócio, a Bunge, com sede na Suíça. Além de ser exportadora de soja, a empresa também comercializa processados e fertilizantes.
A origem da soja vendida à multinacional, no entanto, é duvidosa; de acordo com o diretor da Mighty Earth ouvido pelo Repórter Brasil, não há como saber de que propriedade veio a soja comercializada — se partiu da produção nas áreas embargadas ou de propriedades e áreas não afetadas restrições legais.
De acordo com Comparin, a Fazenda São Francisco tinha uma licença ambiental e documentos que comprovariam as negativas de débitos ambientais por parte da Semarh, embora os embargos sigam ativos no portal do órgão.
O Governo do Piauí informou, em 2024, ter sido o único estado capaz de reduzir o desmatamento no Cerrado do Matopiba (região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, com as maiores taxas de desmatamento do bioma, que chegam a 74%).
A redução do desmatamento no Piauí teria sido de 15% até 2023, de acordo com relatório do MapBiomas, o que consolidaria o estado — junto ao Pernambuco — como destaque entre os estados que abrigam o bioma.