Dados divulgados nesta terça-feira (23) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Iamazon) mostram que o desmatamento no primeiro semestre em áreas protegidas da Amazônia, as chamadas unidades de conservação (UC's), foi o menor registrado em 10 anos.
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Iamazon, foram desmatadas nessas áreas 93 km², uma queda de 18% em comparação com o mesmo período de 2023. Gráfico do instituto aponta que no primeiro semestre de 2023, isto é, no início do governo Lula, o desmatamento em unidades de conservação da Amazônia já havia registrado queda acentuada com relação ao mesmo período de 2022, quando a derrubada da floresta nessas áreas bateu recorde: foi de 660 km² desmatados para 114 km².
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Confira:
Terras indígenas
O primeiro semestre de 2024 foi de queda recorde no desmatamento também em terras indígenas da Amazônia. Segundo o Iamazon, foram 5 km² derrubados no período, a menor área registrada desde 2016.
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“São dados positivos para a Amazônia, a redução do desmatamento nas unidades de conservação e terras indígenas é muito importante. Para que o desmatamento continue em tendência de queda, é necessário manter o ritmo de fiscalização nas áreas protegidas e focar nas regiões que ainda estão sob forte pressão ambiental. Qualquer redução nas ações de combate e controle podem acarretar no aumento da devastação nestes territórios novamente", afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
Veja o gráfico:
Desmatamento em queda e alerta para junho
O Iamazon destaca que o desmatamento na Amazônia vem sendo reduzido desde 2023, com 14 meses consecutivos de queda, mas chama atenção para o fato de que houve um aumento de 10% na derrubada da floresta em comparação ao mesmo mês de 2023, indo de 361 km² para 398 km².
"O período mais seco do calendário do desmatamento ocorre entre os meses de maio a outubro, historicamente os valores são mais altos durante esses meses porque o clima propicia a prática do desmatamento. A Amazônia apresentou uma sequência de 14 meses consecutivos de redução, agora houve um aumento de 10% da devastação. Ainda assim, a taxa é baixa quando consideramos a série histórica para o junho. Devemos observar os próximos meses, os órgãos responsáveis devem seguir com as ações de combate para garantir o não aumento do desmatamento", pontua a pesquisadora Larissa Amorim.
Apesar do panorama em junho, o total de desmatamento no primeiro semestre de 2024 é o menor desde 2017, com 1.220 km². Em relação ao ano passado, isso representa uma queda de cerca de 36%.