AQUECIMENTO GLOBAL

Países da Europa precisam redefinir sua fronteira por consequência das mudanças climáticas

A divisa entre os países, ao longo dos Alpes, foi alterada naturalmente pelo derretimento de geleiras; ajuste territorial foi aprovado nesta terça (1)

Alpes.Créditos: Jethro Wallenburg via Flickr commons
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

O governo suíço informou que aprovou hoje (1) o acordo que redefine o território em que faz fronteira com a Itália, na região dos Alpes.

 A fronteira suíço-italiana se dá por uma cadeia de montanhas geladas — como a Cadeia do Monte Rosa e o pico de Matterhorn — que se estendem por 740 quilômetros ao longo dos Alpes.

 Em 2023, no entanto, as geleiras que formam a geografia do território perderam 4% de seu volume devido ao derretimento do gelo causado pelo aumento das temperaturas

De acordo com um órgão suíço de monitoramento (GLAMOS), o derretimento-recorde das geleiras foi resultado de mais altas temperaturas nos verões, padrões climáticos causados pela aceleração do aquecimento do planeta e pela queima de combustíveis fósseis

Em maio 2023, em vista das mudanças visíveis na fronteira já em curso, Itália e Suíça acordaram a redefinição de suas fronteiras, mas a oficialização só foi feita hoje pela Suíça (e ainda está em curso na Itália). 

A parte que sofreu alteração foi a divisa sob o monte Cervino (Matterhorn Peak), onde está localizada a estação de esqui de Zermatt — foram redefinidos os limites espaciais nas regiões de Plateau Rosa, Refúgio Carrel e Gobba di Rollin. 

De acordo com especialistas, sem uma redução nos gases de efeito estufa associados ao aquecimento global, geleiras maiores, como a Aletsch (que fica fora da fronteira) também podem desaparecer daqui a alguns anos, conforme informou a BBC.

Em um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e da agência Copernicus, a Europa é considerada o continente com mais rápida ação das mudanças climáticas, apesar de ser também o que mais tem se adequado às necessidades da transição energética (43% da energia do continente vem de fontes renováveis, porcentagem que supera a da energia produzida a partir de fontes fósseis). 

Nos últimos cinco anos, as temperaturas no continente europeu aumentaram cerca de 2.3°C, enquanto a temperatura mundial subiu 1.3°C. 

Em 2023, países da Europa registraram mais de 47 mil mortes relacionadas ao superaquecimento em um dos verões mais quentes da história.