Paul Watson, reconhecido ativista ambiental canadense e fundador do Greenpeace e da Sea Shepherd, foi preso no último domingo (21) pela Interpol na Groenlândia, território autônomo pertencente à Dinamarca, após ter tido um mandado de prisão internacional emitido há 12 anos a pedido do Japão. Watson é um conhecido defensor das baleias e usa um barco para combater a caça do animal.
Aos 76 anos, ele acumula décadas de atividades em defesa da vida marinha, e nem sempre de forma considerada "pacífica". Sua primeira condenação remonta a 1980, quando ele agrediu um fiscal do governo do Canadá durante protesto contra a caça de focas no país. Seis anos depois, assumiu a autoria do afundamento de dois barcos no porto de Reykjavik, na Islândia, e liderou um ataque contra uma fábrica de processamento de carne de baleia no mesmo país.
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Foi preso novamente no Canadá em 1996, quando liderou ações contra barcos de pesca cubanos e espanhóis. No ano 2000, foi condenado à revelia, ou seja, sem comparecer ao julgamento, por um tribunal da Noruega, a 120 dias de prisão pela tentativa de afundar um pesqueiro norueguês em 1992.
Chegou a ser preso na Alemanha em 2012, a pedido da Costa Rica, após atacar barcos que pescavam tubarões no país centro-americano. Meses depois, a Guarda Costeira do Japão conseguiria um mandado de prisão contra Watson pela sabotagem de um baleeiro japonês na Antártida e foi por essa acusação que ele acabou preso no último domingo.
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A prisão ocorreu logo que ele ancorou seu barco no porto de Nuuk, a capital da Groenlândia, para reabastecer. A embarcação atravessaria o Oceano Ártico rumo ao Pacífico Norte, onde faria o monitoramento do Kangei Maru, o novo baleeiro japonês lançado em junho.
Ao lado da Islândia e da Noruega, o Japão é um dos únicos países do mundo que permite a caça de baleias. O novo navio, maior e mais potente, desperta suspeitas de que vá atuar para além do mar territorial japonês e se dirija à Antártida, onde está o maior santuário de baleias do mundo.
Para a Captain Paul Watson Foundation, atual organização do ambientalista, a prisão foi fruto de uma "emboscada".
"O alerta vermelho da Interpol, que determinava a detenção do Capitão Watson, desapareceu da internet meses atrás, e isso nos levou a imaginar que não houvesse mais uma ordem de prisão contra ele. Mas não. O Japão apenas tornou o alerta 'confidencial', para atrair o Capitão Watson e fazer a polícia prendê-lo, como forma de impedir que ele chegasse ao Pacífico Norte. Agora estamos apelando ao governo dinamarquês para que revogue a prisão, já que a sua motivação é política", disse Locky McLean, diretor de operações da organização.