CRISE CLIMÁTICA

Aquecimento global: NASA adverte sobre "febre dos oceanos"

Aquecimento global provoca mudanças alarmantes nos ecossistemas marinhos, levando a inundações costeiras e ameaçando biodiversidade

Mudanças climáticas.Créditos: Pixabay/TheDigitalArtist
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Enquanto ondas de calor e temperaturas recordes afetam países em todo o mundo, a NASA permanece na linha de frente da busca por soluções diante do alarmante cenário das mudanças climáticas. Com o objetivo de fornecer informações valiosas para governos e cientistas, a agência espacial dos Estados Unidos reafirma seu compromisso com a compreensão e mitigação da crise climática.

"A NASA também é uma agência climática", declara Bill Nelson, Gerente Geral da NASA. A agência está ampliando seu arsenal de satélites dedicados ao monitoramento da Terra, incluindo a nova constelação TROPICS. Essa nova constelação permitirá a análise e antecipação de tempestades nas áreas tropicais do planeta. Além disso, a NASA lançou um novo website, o 'Earth Information Center', que disponibilizará informações sobre o clima, estado dos oceanos, temperaturas globais, níveis do mar e desenvolvimento de tempestades, inundações e incêndios em tempo real. O objetivo é democratizar o acesso a informações críticas, permitindo que cidadãos e órgãos governamentais tomem decisões informadas.

A febre dos oceanos 

Julho de 2023 ficará marcado como o mês mais quente da história. A NASA convocou duas coletivas de imprensa recentes para abordar as consequências do aumento das temperaturas em todo o globo. Cientistas de diferentes disciplinas e centros de pesquisa da NASA expressaram preocupações acerca das altas temperaturas e suas implicações.

Um dos cientistas proeminentes da agência, Carlos Del Castillo, chefe do Laboratório de Pesquisa Oceânica do NASA Goddard Space Center, declarou: "Os oceanos estão com febre." Essa observação ressalta a gravidade do aquecimento global e suas consequências sobre os ecossistemas marinhos. O aquecimento dos oceanos afeta não apenas a biodiversidade marinha, mas também os recifes de coral, que enfrentam um nível de estresse sem precedentes. Del Castillo enfatizou que "25% das espécies marinhas estão relacionadas de alguma forma com os recifes de corais e estes não estão preparados para viver em oceanos com temperaturas tão altas."

Carlos Del Castillo alertou para a convergência do fenômeno El Niño com o efeito estufa, intensificando ainda mais o aquecimento global. Enquanto há um foco crescente na responsabilidade das grandes corporações e indústrias, o papel dos indivíduos na mudança de comportamento também é vital. Del Castillo destacou que ações cotidianas, como reciclagem, adoção de veículos elétricos e uso de fontes de energia limpa, têm impacto relevante na mitigação das mudanças climáticas.

Questionado sobre o atual cenário e as tendências futuras, Del Castillo não hesitou em expressar preocupação e desapontamento com a inação das gerações atuais diante das evidências claras sobre as mudanças climáticas. "A história não vai nos julgar bem", afirmou ele, reforçando a urgência de ação imediata para evitar consequências irreversíveis.

Enquanto as temperaturas continuam a subir e as evidências se acumulam, a NASA alerta que a situação atual é parte de uma tendência observada nas últimas quatro décadas. É crucial que indivíduos, governos e empresas atuem agora para reverter esse curso preocupante e garantir um futuro habitável para as próximas gerações.