Os pinguins-imperadores sofreram com o derretimento precoce do gelo marinho neste ano de 2023. A tragédia, ligada às mudanças climáticas, pode ter feito com que todos os filhotes da espécie morressem devido ao congelamento ou ao afogamento, conforme um estudo British Antarctic Survey (BAS) publicado nesta quinta-feira (24).
De acordo com os cientistas, é possível que 100% dos filhotes de 4 das 5 ninhadas dos pinguins-imperiais podem ter falecido no centro e no leste do Mar Bellingshausen, localizado no oeste da Antártica.
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Os pesquisadores checaram imagens obtidas por satélites e constataram que houve o derretimento de gelo marinho nos locais de reprodução muito antes dos filhotes desenvolverem penas impermeáveis e capacidade de sobrevivência.
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"Das cinco colônias na região do Mar de Bellingshausen, no oeste da Antártica, todas, exceto uma, sofreram a perda de 100% de seus filhotes", disseram os cientistas à agência AFP.
Essa situação na Antártica, que teve perda de gelo marinho em 2022, reforça a previsão de alguns estudos, que sugerem que 90% das colônias de pinguins-imperiais estarão extintas até o fim do século, considerando as tendências climáticas globais por conta do aquecimento exacerbado.
Os pinguins-imperiais utilizam do gelo marinho para viverem, migrarem e botarem seus ovos, de maio a junho. Os bebês nascem cerca de 65 dias depois, porém só desenvolvem a plumagem no verão, entre dezembro e janeiro.
O aquecimento global tem efeito direto na situação de vulnerabilidade das espécies que habitam a região, pois em novembro de 2022 foi registrado o menor nível de gelo marinho, batendo o recorde de 2021, com perda de 100% do gelo marinho.
Aquecimento global e o derretimento das geleiras terrestres
O aquecimento global tem sido cada vez mais extremo e fatal e mais responsável pelas transformações no clima e temperatura do planeta. Veja, através de um gráfico, como tem se manifestado nos últimos 100 anos:
A Antártica é extremamente importante para que o planeta seja habitável. Isso porque a região é responsável por resfriar a Terra, além de controlar a circulação atmosférica e oceânica. Pesquisadores sul coreanos e estadunidenses estabeleceram que, caso a Antártica e a Groenlândia derretam, o nível do mar aumentaria em 500 metros, até 2050.
Desde 2000, ambas as regiões já perderam cerca de 500 bilhões de toneladas, o que seria equivalente a 6 piscinas olímpicas por segundo.