Uma onda de calor está se disseminando pelo país na última semana. As temperaturas são atípicas para esta época do ano, de inverno. Apenas na cidade de São Paulo, a previsão é de que este seja o agosto mais quente em 60 anos e que, nesta quarta-feira (23) seja registrada a temperatura mais alta de 2023: 34 ºC.
O calor não se restringe à capital paulista, se espalhando por outras regiões do país. De acordo com o meteorologista Mamed Melo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Piauí, Maranhão, Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro são estados com risco de ultrapassarem 40 ºC de temperatura ao longo da semana.
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Para o centro-norte do país, as temperaturas acentuadas são comuns para a época do ano, apesar de, geralmente, serem mais vistas nos meses de setembro e outubro, quando já é primavera. No entanto, para as regiões sudeste e sul, as temperaturas elevadas são atípicas e, por isso, os especialistas buscam possíveis explicações para o fenômeno.
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Por que tão quente?
Especialistas acreditam que a explicação para o aumento repentino de temperatura está na soma de dois efeitos: aquecimento global e fenômeno do El Niño.
O El Niño é caracterizado por um aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico equatorial, entre o Peru e a Indonésia. O aumento na temperatura das águas oceânicas interfere na circulação dos ventos sobre a atmosfera da América do Sul, causando alteração no caminho natural das frentes frias, que seriam responsáveis pelas quedas de temperatura durante o inverno.
Além do aquecimento promovido pelo El Niño, as temperaturas dos oceanos já estão naturalmente quentes, por conta do aquecimento global. É o que o cientista Carlos Del Castillo, da Nasa, chamou de “febre dos oceanos”. A temperatura média diária global da superfície do mar chegou a 20,96ºC, a maior desde 2016, segundo levantamento da agência de mudanças climáticas Copernicus.
Os oceanos são fundamentais para regular o clima do planeta, interferindo nas massas de ar e nos padrões climáticos terrestres. Se a água dos oceanos está aquecendo, seus efeitos serão sentidos também em terra firme.
*Com informações do UOL.