SECA NO AMAZONAS

Após seca histórica, Rio Negro volta a subir em Manaus

Nível foi o mais baixo em 121 anos e causou prejuízos no abastecimento de água e alimentos na região

Seca no Amazonas.Créditos: Cadu Gomes/VPR/Agência Brasil
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

O Rio Negro subiu 17 centímetros desde sábado (28) após sofrer por 131 dias com uma seca histórica na Amazônia. O episódio foi o pior em 121 anos e causou prejuízo para moradores, fauna e flora. 

Na última sexta-feira (27), o nível das águas tinha se estabilizado pela primeira vez. No sábado e domingo, o rio subiu 5 centímetros por dia, e nesta segunda-feira (30) foram 7 centímetros.

Os dados são do Porto de Manaus, responsável pela medição diária do Rio Negro, no centro da cidade. De acordo com o órgão, as águas começaram a baixar no dia 17 de junho

A última seca história havia sido em 2010, quando o rio atingiu 13,63 metros. Este ano, as águas alcançaram 13,59 metros. Em condições normais, o rio atinge uma cota que varia entre 27 e 29 metros quando está cheio. 

"Em 2010, ano da última vazante histórica, o rio começou a descer em 13 de junho e seguiu descendo até o dia 24 de outubro, um total de 133 dias seguidos de queda", informou a administração do Porto de Manaus.

Seca histórica 

A seca no Amazonas foi mais um episódio em razão da crise climática que atinge o mundo. O episódio deixou mais de 100 botos mortos e centenas de moradores sem abastecimento de água e alimentos, já que os barcos não podiam navegar. Em muitas localidades da região, o acesso se dá exclusivamente pela via fluvial.

Além disso, a seca também foi marcada pelo superaquecimento das águas do rios, que atingiram 40°C. Isso impossibilitou que as comunidades ribeirinhas atravessassem a porção de terra, que antes era rio, para buscar assistência. 

Apesar da elevação do nível do Rio Negro, a seca continua a prejudicar os amazônidas, que também vivem o cenário de queimadas em Manaus que, nesta segunda voltaram a deixar a qualidade do ar da cidade como uma das piores do mundo, mesmo incrustado no coração da maior floresta do planeta. 

O governo federal tomou medidas para amenizar a situação, no começo do mês, ao destinar R$ 627 milhões aos municípios do Amazonas e antecipou o pagamento de R$ 440 milhões do Bolsa Família para 600 mil famílias amazonenses de 55 municípios.