A cantora Pabllo Vittar fez uma apresentação sobre um carro de som e levou ao delírio a multidão que lotou a Avenida Paulista neste domingo (2) para participar da 28ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo, considerada a maior do mundo. A estimativa oficial é de que cerca de 3,5 milhões de pessoas tenham passado pelo evento.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais, vemos o verde e amarelo da bandeira nacional se misturando às cores do arco-íris. O dress code desse ano foi inspirado pelo histórico show da Madonna, realizado no último mês na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Entre outros detalhes, a Rainha do Pop usou as cores nacionais e tirou o sono dos bolsonaristas, o que fez com que o coletivo organizador da Parada sugerisse seu uso.
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Mas teve de tudo, com ou sem o verde e amarelo: drag queens, fantasias de carnaval, de fetiches eróticos e uma enorme diversidade indumentária, assim como humana. De cima do carro de som, Pabllo Vittar cantou “Triste com T” e fez o público ir ao delírio.
Em outras imagens a cantora aparece dançando junto do público e canta “Nothing Really Matters”, hit de Madonna.
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A concentração dos carros de som e trios elétricos ocorre em frente ao Museu de Arte de São Paulo, o MASP, que acabou coberto por uma enorme bandeira LGBTQIAPN+, que para além do tradicional arco-íris também faz referência a pessoas trans, a não binários e outras identidades de gênero.
A política na Parada
O lema da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo foca justamente a "ala retrógrada" que sequestrou as cores nacionais e cuja representação parlamentar não tem medido esforços em limitar e reduzir os direitos conquistados pela comunidade LGBTQIAP+. "Basta de negligência e retrocesso legislativo" é a frase que norteia a ação política da maior parada LGBT do mundo.
"A Parada SP convoca toda a população para comparecer na Avenida Paulista no próximo dia 2 de junho, na 28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, vestida com as cores verde e amarela, e empunhando bandeiras do Brasil e do arco-íris, para celebrar a retomada dos nossos símbolos e lembrar que 'Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo'”, explicou a organização em nota pública divulgada semanas atrás.
Nesse contexto, políticos também se fizeram presentes na parada. Guilherme Boulos (Psol) e Tabata Amaral (PSB), pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições desse ano, compareceram.
Entre sorrisos, Boulos afirmou que o evento é “parte indispensável da cultura paulistana”, enquanto Tabata disse que o evento é para “brilhar” e “celebrar”, mas também para “mobilizar”. Ricardo Nunes, o atual prefeito e também pré-candidato, não compareceu.
Mas quem roubou a cena foi a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP). Ela, uma mulher trans, encara diariamente os retrocessos e a negligências legislativas denunciadas pela marcha. A parlamentar fez um discurso para os participantes.
“Temos motivos pra vestirmos essas cores [verde e amarelo] com orgulho: somos a maior Parada do mundo, repleta de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas não-binárias e intersexuais, em um país que é Terra Indígena e com a maior população negra fora da África. E hoje lutamos pelos nossos direitos, e festejamos nossas conquistas e a nossa vida. Rememoramos nossa trajetória histórica e nos fortalecemos para as batalhas que virão pra que o país seja nosso não apenas na camisa, mas também nas ruas, nas avenidas, nos espaços de decisão e na política”, afirmou.