O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), atendeu às exigências de vereadores de direita e retirou cartazes com as cores do arco-íris do Centro de Referência LGBT+ da capital, na terça-feira (20).
Esta não é a primeira vez que a prefeitura tira símbolos da comunidade LGBT de circulação. No início do mês, Noman já havia retirado outro cartaz LGBTQIAPN+ e com os dizeres “bem-vindes”.
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O presidente do Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), Maicon Chaves, foi quem denunciou a pressão dos parlamentares de direita. "Alguns vereadores e vereadoras da Câmara de BH estão fazendo movimentos para trocar a placa de bem-vindos do Centro de Referência. É um espaço que foi construído, na sua origem, em diálogo com a população LGBT. E me estranha muito que apareça um deputado estadual falando que vai corrigir isso e, de repente, surge um movimento de vereadores e tudo muda", diz Chaves, em um vídeo publicado no Instagram.
“'A concretização dessa iniciativa se mostra um total descaso com a nossa população. Belo Horizonte é um município que mal possui políticas públicas para pessoas LGBTs, sendo o Centro de Referência um dos poucos espaços de acolhimento. Retirar as nossas cores, a nossa IDENTIDADE, de um local que deveria nos acolher é extremamente violento', diz Chaves em um vídeo públicado no Instagram', acrescenta na legenda do post.
Nas redes sociais, parlamentares progressistas se manifestaram contra a retirada dos cartazes.
O Centro de Referência LGBT faz parte da Diretoria de Políticas para a População LGBT da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania. O espaço é responsável pelo atendimento especializado para a população LGBTQIAPN+ e pela promoção dos direitos humanos da comunidade.
O que diz a prefeitura
Em coletiva de imprensa, Noman negou a relação entre a pressão de vereadores de direita e a retirada do adesivo. "Em lugar nenhum em Belo Horizonte, em nenhum órgão da cidade, tem nenhum tipo de símbolo na frente. Foi só uma tentativa que foi feita e nós pedimos para tirar. Não tem nada de vereador de direita ou esquerda pedindo para por ou para tirar. Tem é uma política da cidade de não ter nenhum tipo de identificação, a não ser o da área", disse.