CINEMA BRASILEIRO

Dia do Orgulho LGBTQIA+: veja 5 filmes brasileiros para celebrar a data

Longa-metragens retratam a história e a luta dessa população no Brasil; conheça as obras

Dzi Croquettes (1972-1976).Créditos: Acervo público do Estado de São Paulo
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Em 28 de junho é comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIA+. A data remete a um levante que ocorreu no bar Stonewall Inn, em resposta à violência policial sofrida pelos frequentadores do local. O acontecimento foi muito importante para a organização do movimento político em prol dos direitos dessa população. 

No Brasil, infelizmente o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, a data é um dia de celebração e de luta. Para marcar um dia importante, confira cinco filmes nacionais que retratam um pouco da vivência e da história dessa população no nosso país. 

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Dzi Croquettes

Durante os piores anos da Ditadura Militar,  um coletivo de artistas deu o que falar na cena cultural brasileira. Dzi Croquettes foi um grupo de teatro de dança que lotou casas de show no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Europa. Eles se vestiam com roupas consideradas femininas e, dançando e cantando, arrancavam vigorosos aplausos das plateias por onde passavam. 

Em 1972, fizeram sua estreia com o espetáculo "Gente Computada Igual a Você", vivendo momentos de glória até o fim do grupo, em 1976. A trajetória é retratada por Tatiana Issa no filme "Dzi Croquettes", ganhador do prêmio de melhor documentário no Festival do Rio. O retrato é intimista e pessoal, pois a diretora é filha de um dos ex-integrantes do grupo. 

Flores Raras

Em 1951, a poetisa americana Elizabeth Bishop desembarcou no Porto de Santos para uma visita de duas semanas ao Brasil. A estadia se estendeu por mais de duas décadas e foi motivada, entre outros fatores, pelo romance que viveu com a arquiteta Lota de Macedo Soares.   

A trajetória delas é retratada no longa-metragem de Bruno Barreto lançado em 2013. "Flores Raras" tem Glória Pires no papel de Lota e Miranda Otto como de Bishop. O contexto político da época também faz parte da trama, que conta toda a história do casal, até a morte de Lota, em 1967.

Bixa Travesty

Um mergulho na cena cultural paulistana, o documentário de Claudia Priscilla e Kiko Goifman foi lançado em 2018. A obra estreou no Festival de Cinema de Berlim e venceu o Teddy Award de melhor documentário LGBT

"Bixa Travesty" tem como fio condutor a vida e o corpo de Linn da Quebrada. No documentário, podemos acompanhar a "luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça" travada por Lina e por outras grandes artistas brasileiras, como Jup do Bairro, Liniker e As Baías. 

Madame Satã

Obra de Karim Aïnouz, "Madame Satã" conta a história de uma figura emblemática da história brasileiro. João Francisco dos Santos foi um personagem importante nas noites cariocas do bairro da Lapa. Ele era malandro e se travestia em espetáculos nas boates locais. Passou quase 30 anos preso por crimes como homicídio, agressão e furto. 

O filme traz Lázaro Ramos no papel principal. O ator recebeu o Grande Otelo, prêmio oferecido pela Academia Brasileira de Cinema, pelo trabalho no longa-metragem. A estreia aconteceu no Festival de Cannes, em 2002. 

Califórnia

O filme é ambientado no início dos anos 1980, quando a comunidade LGBTQIA+ vivia o pânico do início da epidemia do HIV. O drama dirigido por Marina Person conta história de Estela, uma adolescente que tem uma grande admiração pelo tio, Carlos. Ele, por sua vez, é jornalista e vive na Califórnia. A sobrinha tem planos de visitá-lo, mas uma notícia inesperada coloca um fim nesse sonho: Carlos está com problemas de saúde e terá de voltar para o Brasil

Estela é vivida por Aren Gallo e Carlos, por Caio Blat. "Califórnia" foi bem recebido pela crítica e traz uma trilha sonora que nos transporta imediatamente para o período retratado.