VIOLÊNCIA

VÍDEO: Jornalista trans tem carro destruído após ataque na Bahia

Alana Rocha divulgou um vídeo em que relata que seu automóvel foi atacado enquanto ela apresentava um programa de rádio

Alana Rocha foi novamente vítima de transfobia.Créditos: Reprodução
Escrito en LGBTQIAP+ el

Repórter e apresentadora da Rádio Gazeta FM, em Riachão do Jacuípe, região metropolitana de Feira de Santana, na Bahia, a jornalista Alana Rocha gravou e divulgou um vídeo nas redes sociais em que relata um ataque sofrido quando ela participava de um programa na emissora.

No vídeo, Alana mostra que seu carro foi apedrejado. Pelo menos duas grandes pedras atingiram o automóvel, o que provocou a destruição de janelas e para-brisas.

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“Olha o que acabou de acontecer, minha gente. Meu carro. Olha pra isso que aconteceu com meu carro. Olha o que fizeram com meu carro”, dizia a jornalista, incrédula, enquanto gravava e mostrava o estado em que ficou seu veículo.

“Tentaram quebrar esse vidro daqui. Olha pra isso, gente. Olha o que fizeram com o meu carro, saindo da rádio, eu estava apresentando programa, olha pra isso aqui que fizeram com meu carro. Gente, na porta da rádio”, repetia, indignada e chorando.

Alana disse que o atentado pode representar uma retaliação por um comentário que ela fez na rádio. A jornalista criticou a suspensão de expediente da Câmara de Vereadores por causa do falecimento do avô de um vereador.

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Alana já sofreu outros ataques

Mulher trans, ela já foi vítima de outros casos de ameaça e transfobia. Em fevereiro de 2023, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou nota de repúdio aos ataques sofridos pela jornalista.

Antes disso, em 2021, a Abraji registrou um caso de perseguição contra Alana. Imagens mostraram um motociclista passando ao lado do carro em que ela estava. O homem fez ofensas transfóbicas, além de ter criticado o modo como ela desenvolve seu trabalho.

A Gazeta FM divulgou uma nota de repúdio ao ataque mais recente:

“A emissora está acompanhando a apuração do caso junto aos órgãos competentes e dando apoio à jornalista que faz parte do nosso quadro de apresentadores. O jornalismo profissional é imprescindível para o funcionamento de qualquer regime democrático. A liberdade de impressa e de expressão nunca foi tão desrespeitada. Atos violentos como esses são o exemplo claro disso. Mas a nossa missão é muito maior”, diz a nota.