Em sessão realizada nesta terça-feira (28) no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, a diplomacia do governo Lula enterrou o obscurantismo bolsonarista na organização ao rejeitar duas recomendações realizadas por outros Estados membros no 4º ciclo da Revisão Periódica Universal (RPU), em novembro, que limitam a definição de família e discriminam pessoas LGBTI+.
Ao explicar a posição da diplomacia brasileira nas Nações Unidas, o embaixador Tovar da Silva Nunes declarou que as recomendações rejeitadas "adotam uma interpretação estreita de família" e conflitam com a legislação brasileira e decisões do Judiciário.
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"As políticas públicas nacionais do Brasil são dirigidas a todas as formas de família, sem qualquer tipo de discriminação", explicou o embaixador Tovar da Silva Nunes.
O processo de Revisão Periódica Universal da ONU é realizado em média a cada quatro anos, por cada um dos países-membros das Nações Unidas. Na ocasião, os demais Estados devem fazer recomendações sobre compromissos na agenda de Direitos Humanos a serem adotados pelo país avaliado.
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A recomendações rejeitadas pela diplomacia do governo Lula foram apresentadas pela Rússia e pelo Egito, dois países onde a vida LGBT é criminalizada.
Em sua recomendação, a Rússia pediu ao Brasil que promova políticas e preste "apoio integral à instituição da família em seu entendimento tradicional".
Por sua vez, o Egito recomendou que o Brasil "promova políticas de apoio à família como unidade natural e fundamental da sociedade".
"Tenho o prazer de anunciar que desde que o novo governo assumiu o cargo em janeiro deste ano, o Brasil reavaliou sua posição em relação às recomendações recebidas durante a sua RPU e procurou alinhar as novas políticas nacionais de Direitos Humanos com os compromissos e obrigações que o país assume a nível internacional", declarou o embaixador Tovar da Silva Nunes.
Com informações do Conectas.