Tentar quebrar a parceria entre China e Rússia é um objetivo declarado do novo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Os sinais da administração Donald Trump para Valdimir Putin em relação à Ucrânia e a guerra comercial contra Pequim que poupou Moscou são indícios claros da nova doutrina estadunidense sobre o tema.
Mas os sinais bilaterais entre Vladimir Putin e Xi Jinping mostram que a parceria entre China e Rússia não será facilmente dissolvida pelos estadunidenses.
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Em visita oficial a Moscou para as celebrações de 9 de maio, o Dia da Vitória, o presidente chinês e seu homólogo reafirmaram o compromisso entre China e Rússia de aprofundar sua parceria estratégica e promover uma nova ordem mundial multipolar, conforme reportagens da Xinhua e da agência russa TASS.
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O encontro marcou a 11ª visita de Xi à Rússia como presidente e ocorreu durante as comemorações dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial.
Segundo Xi, os laços sino-russos estão "mais confiantes, estáveis e resilientes", e são fundamentais para promover "justiça internacional e reformas na governança global".
- Xi e Putin assinaram uma declaração conjunta para aprofundar a "parceria estratégica de coordenação para uma nova era".
- Foram firmados mais de 20 acordos bilaterais em áreas não especificadas.
- Ambos defenderam a memória da Segunda Guerra Mundial e condenaram ações que busquem reescrever sua história ou vandalizar memoriais de combatentes.
Xi enfatizou que, diante do "unilateralismo" e da "política de poder e intimidação", China e Rússia devem:
- Promover uma visão histórica correta da Segunda Guerra Mundial.
- Defender a ONU e o multilateralismo.
- Lutar por uma globalização econômica mais inclusiva.
- Reforçar a cooperação entre os países em desenvolvimento.
Putin, por sua vez, declarou que os laços com a China “não são dirigidos contra ninguém” e ressaltou que essa cooperação é uma escolha estratégica baseada em benefício mútuo.
Antes, na reunião que definiu os preparativos para a visita de Estado, o chanceler Wang Yi deixou clara posição similar: "A cooperação entre China e Rússia nunca é direcionada contra terceiros e não está sujeita a interferência externa. Não vamos perder tempo no desenvolvimento de nossas relações bilaterais; temos as mais amplas perspectivas diante de nós. Nossa amizade não é oportunista, mas de longo prazo".
O líder russo ainda se mostrou disposto a visitar a China em 2025, para a celebração dos 80 anos da vitória sobre o Japão Imperialista.