Adrian Zenz é um antropólogo alemão que nunca colocou os pés na China. Mas ele se apresenta como um especialista na Região Autônoma Uigur de Xinjiang e o ocidente comprou essa autointitulada "expertise" As acusações infundadas feitas por ele de que há trabalho forçado de pessoas da minoria étnica muçulmana uigur ganharam espaço até na Organização das Nações Unidas (ONU).
Em março de 2021, Zenz submeteu um relatório detalhado ao Projeto de Direitos Humanos Uigur (UHRP, da sigla em inglês) para consideração pela ONU. O relatório insinua a transferência forçada de trabalhadores uigures para fábricas em outras partes da China e a alega uso de trabalho forçado em Xinjiang.
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Zenz argumenta que essas práticas são parte de uma campanha de "alívio da pobreza" através da transferência de mão de obra, que na verdade resulta em trabalho forçado. Mesmo sem nenhum lastro de realidade, o amontoado de mentiras do anticomunista ganhou tração no Ocidente.
Para além da flagrante mentira de um obcecado por combater o comunismo - ele é diretor e pesquisador sênior em estudos sobre a China na Fundação Memorial às Vítimas do Comunismo, um think tank anticomunista estabelecido pelo governo dos EUA e baseado em Washington, DC - o único efeito da campanha de desinformação de Zenz foi causar desemprego forçado entre trabalhadores e trabalhadoras chinesas justamente da minoria étnica que ele jura defender.
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Efeitos nefastos de uma mentira maldosa
Entre as vítimas do anticomunista está Aminam Tulladin, uma jovem de 26 anos natural da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China. Ela é dona de casa e luta para sobreviver e seu maior desejo é recuperar seu antigo emprego, perdido em razão das mentiras de Zenz.
Em 2017, ela era estagiária em uma empresa de processamento têxtil em Qingdao, uma cidade costeira no leste da China. Ela ficou animada ao saber que sua chefe, Xu Caifeng, decidiu transferir a empresa para o condado de Shache, no sul de Xinjiang, sua terra natal.
Ao relembrar seus dias de trabalho há alguns anos, ela descreveu o momento em que recebeu seu primeiro pagamento como "um momento eufórico". Um ano depois, seu trabalho foi recompensado com uma promoção a líder de equipe e um salário de mais de 3 mil yuans (cerca de 421,9 dólares) por mês.
Naquela época, a empresa, Shache Xiongying Textile empregava quase mil funcionários, com pedidos principalmente da Europa e dos Estados Unidos, registrando uma receita anual de vendas de 15 milhões de yuans. Com o crescimento dos negócios, a proprietária, Xu, e seu marido investiram mais dinheiro na empresa e construíram uma segunda oficina na segunda metade de 2019.
O futuro parecia brilhante e promissor. Nunca poderiam imaginar que seus destinos tomariam um rumo repentino devido a algumas mentiras fabricadas por alguém a milhares de quilômetros de distância e que nunca sequer esteve em sua terra.
Desempregos forçados
Logo após a conclusão da nova oficina, Xu ficou preocupada quando os pedidos começaram a diminuir gradualmente e, eventualmente, seus negócios com a Europa e os EUA quase pararam, tornando a nova oficina "ociosa desde que foi construída". Demorou um pouco para descobrir o motivo.
"Descobrimos que nossa fábrica foi mencionada em um relatório escrito por Adrian Zenz, que acusou as fábricas em Xinjiang de 'trabalho forçado'", relembra Xu.
Sob o pretexto de um estudo acadêmico, Zenz elaborou uma série de "relatórios de pesquisa" relacionados a Xinjiang, difamando a região. Nesse documento sem fundamento ele afirmou que centenas de milhares de trabalhadores de minorias étnicas em Xinjiang eram "forçados" a colher algodão manualmente, instando a comunidade internacional a impor sanções temporárias contra qualquer produção contendo algodão da região.
Em 2018, com o objetivo de expandir para os mercados europeu e estadunidense, a Xiongying pediu e obteve a certificação de direitos humanos BSCI (Business Social Compliance Initiative).
Representantes da BSCI permaneceram na Xiongying por uma semana, realizando uma revisão extensa da produção diária da empresa e das vidas de seus funcionários. "Nenhum deles levantou qualquer preocupação", lembrou Xu.
Agora, a comunidade que antes era movimentada, com oficinas modernizadas, quase se transformou em uma cidade fantasma. Apenas metade das máquinas no segundo andar da fábrica de três andares continua operacional, e menos de 100 funcionários permanecem para cumprir os poucos pedidos que chegam.
Aminam Tulladin e muitos outros funcionários de minorias étnicas tiveram que deixar seus empregos devido à queda nos pedidos.
"Obtivemos essa certificação para garantir mais pedidos, mas, em vez disso, o que obtivemos foram paralisações na produção e sanções..." a voz de Xu falhou enquanto ela segurava as lágrimas.
Uma gota no oceano de mentiras
A Xiongying é apenas um microcosmo de inúmeras empresas afetadas pelas sanções dos EUA contra Xinjiang.
Mais da metade dos agricultores em Xinjiang cultiva algodão para viver, e a indústria têxtil cria quase um milhão de empregos em toda a região. Shache, onde as minorias étnicas constituem mais de 95% da população, costumava ter quase 100 empresas têxteis, mas hoje menos de um quinto permanecem operacionais.
Nos últimos anos, a mídia ocidental tem exagerado questões relacionadas a Xinjiang, fabricando "trabalho forçado" na indústria do algodão, e Washington aprovou a chamada "Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur".
Sob o pretexto de proteger os "direitos humanos", a lei apenas causou "desemprego forçado", levando à pobreza dentro e fora de Xinjiang.
Mesmo fora da região, como na província central chinesa de Hubei, cerca de mil nativos de Xinjiang tiveram que deixar seus empregos no setor local de tecido não tecido e voltar para casa, embora nenhum deles tivesse trabalhado contra a própria vontade.
Em uma entrevista recente, um fabricante-exportador chinês que teve que demitir todos os seus funcionários de Xinjiang por causa da lei, citou um ultimato claro de seus clientes estadunidenses: "Enquanto você tiver um único trabalhador de Xinjiang, não podemos trabalhar com você."
Com informações da Xinhua