A conferência anual do Fórum Zhongguancun (Fórum ZGC) de 2024, em Pequim, atraiu atenção global e destacou os avanços da China em ciência e tecnologia, enfatizando seu compromisso contínuo com a abertura e cooperação.
Com o tema "Inovando para um Mundo Melhor", o fórum reuniu cientistas, empreendedores e investidores de mais de 100 países e regiões, e realizou cerca de 120 eventos, como conferências, transações tecnológicas e competições nos últimos cinco dias.
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Conhecido como "Vale do Silício da China", Zhongguancun, no noroeste de Pequim, atraiu mais de 300 multinacionais para estabelecerem suas sedes regionais e centros de pesquisa. Pequim abriga quase 100 faculdades e universidades e mais de mil instituições de pesquisa científica.
O Fórum ZGC, fundado em 2007 com seu foco duradouro em inovação e desenvolvimento, ao longo dos anos se tornou uma plataforma nacional de inovação aberta e um fórum internacional.
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Estando na vanguarda do cultivo de novas forças produtivas de qualidade na China, Pequim é esperada para trazer amplas oportunidades para o mundo em cooperação de inovação científica e tecnológica, investimento em indústrias emergentes de alta tecnologia e transferências de tecnologia, de acordo com Jane Yang, sócia-gerente do Escritório de Pequim da Ernst & Young.
Polo de inovação
"Depois de terminarmos o roadshow durante o fórum deste ano, recebemos mais de 20 intenções de cooperação de investidores, representantes de parques industriais e parceiros de propriedade intelectual", disse Wang Yujing, funcionário da Beijing Boruikang Technology.
Durante a competição internacional de tecnologia avançada do fórum, a empresa apresentou seu sistema de feedback em circuito fechado do cérebro, desenvolvido internamente, que oferece terapia nervosa por estimulação elétrica com redução de trauma, garantindo o segundo lugar.
A competição exemplifica os esforços de Pequim em promover a transferência de tecnologia e incentivar o empreendedorismo. Wang disse que o Fórum ZGC oferece uma plataforma para impulsionar o reconhecimento de sua marca na indústria de equipamentos médicos.
Liu Debing, chefe da Zhipu AI, contou os primeiros dias da empresa em 2019, quando os modelos de linguagem grande (LLMs) ainda não eram amplamente conhecidos.
Embora a empresa não tivesse conseguido um investimento, a comissão administrativa do Parque Científico de Zhongguancun ofereceu à equipe de Liu um espaço de escritório sem aluguel por três meses para iniciar sua fase inicial de desenvolvimento. Hoje, a empresa evoluiu para um dos principais unicórnios de LLM na China.
De acordo com um relatório divulgado no fórum, Pequim abriga 114 empresas unicórnio, representando quase um terço do total do país, com um valor estimado de 522,8 bilhões de dólares.
No campo da ciência e tecnologia de ponta, Pequim possui cerca de 43% dos principais talentos do país em inteligência artificial. A cidade abriga quase metade dos acadêmicos da Academia Chinesa de Ciências e da Academia Chinesa de Engenharia, e o número de pesquisadores científicos é superior a 550 mil.
Vida melhor
Na área de exposição do Fórum ZGC, um robô humanoide de 1,65 metros de altura chamou a atenção. Ele é capaz de navegação estável em terrenos de cascalho e neve, subir e descer escadas e levantar objetos pesados.
Segundo Zhang Liang, gerente sênior da Robot Era Technology, com sede em Pequim, os componentes principais do robô, como módulos de articulação e mãos habilidosas, podem se adaptar a algoritmos de forma mais eficiente para maior flexibilidade e precisão nas ações.
"Robôs humanoides podem ser usados para ordenação, transporte e trabalho de fabricação no setor manufatureiro e têm potencial para contribuir para a saúde e outros campos. Dezenas de milhares de domicílios podem desfrutar da conveniência trazida por robôs humanoides no futuro", disse Zhang.
O fórum deste ano destacou a importância de facilitar a inovação científica e tecnológica para impulsionar o progresso social, melhorar o bem-estar das pessoas e promover o desenvolvimento sustentável.
"A ciência e a tecnologia são a solução para medicina, envelhecimento populacional, fome e mudanças climáticas", disse Aaron Ciechanover, um biólogo israelense ganhador do Prêmio Nobel de Química.
Uma turbina a gás pesada F-class de 300 megawatts concluindo a montagem final foi uma das principais conquistas científicas e tecnológicas reveladas no fórum. A máquina é geralmente alimentada por gás natural e sua eficiência energética pode alcançar 55%, superior aos 35% a 46% da energia térmica tradicional, de acordo com Mo Jingfei, um funcionário da China United Gas Turbine Technology Company.
"Uma única máquina deverá gerar cerca de 450 mil kWh de eletricidade por hora, equivalente a um oitavo do consumo médio de eletricidade por hora dos moradores de Pequim", disse Mo.
Mo acrescentou que também pode contribuir para atender às necessidades de energia dos usuários por meio de um mecanismo de pico de carga.
"Desempenhando um papel de liderança na transição verde global, a China não apenas promove a inovação, mas também presta atenção à abordagem dos impactos sociais relevantes", disse Irene Pivetti, presidente honorária da Organização Mundial de Design Verde.
Cooperação internacional
"Espero que o Fórum ZGC continue a melhorar a conexão tecnológica internacional e a convidar especialistas globais", disse Kai-Fu Lee, presidente e CEO da Sinovation Ventures, acrescentando que o mundo deveria considerar Zhongguancun tão inovador quanto o Vale do Silício.
O Centro de Inovação em Medicina de Precisão China-Reino Unido P4 foi oficialmente inaugurado em Pequim no sábado (27). O centro tem como objetivo promover a cooperação entre China e Reino Unido no campo das ciências da vida, especialmente na inovação colaborativa em medicina de precisão.
Rahul Agarwal, um conselheiro da Embaixada Britânica em Pequim, disse que, ao enfrentar os desafios na saúde global, Reino Unido e China têm realizado intercâmbios e cooperação de longo prazo e em profundidade. O diplomata expressou esperança de que a cooperação bilateral construa um mundo mais saudável e justo para as gerações futuras.
Arnout Jacobs, presidente da Springer Nature Greater China, disse que a instituição facilita uma plataforma que reúne especialistas globais em Pequim e contribui para pesquisas científicas de qualidade.
"Posso ver que a China realmente está aberta para o mundo e quer colaborar, e precisamos trabalhar com pessoas de diferentes áreas de especialização para enfrentar desafios globais", acrescentou.