CHINA EM FOCO

Xi Jinping em 2024: a arte de redesenhar a diplomacia global

Como a China ampliou sua influência no Sul Global, redefiniu parcerias estratégicas e lançou as bases para uma comunidade global com destino compartilhado

Xi Jinping e Lula no Palácio do Alvorada, em Brasília (DF) durante visita oficial do presidente chinês ao Brasil..Xi Jinping em 2024: a arte de redesenhar a diplomacia global.Créditos: Ricardo Stucker (PR)
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À medida que 2024 chega ao fim, os principais marcos da diplomacia do presidente chinês, Xi Jinping, ao longo do ano destacam sua atuação tanto em casa quanto no exterior.

Ao longo do ano, Xi realizou uma intensa diplomacia como chefe de Estado, incluindo quatro visitas internacionais à Europa, Ásia Central, América Latina e à Cúpula do BRICS.

Ele participou de mais de 130 reuniões e diálogos com dignitários estrangeiros, além de eventos como a Conferência que marcou o 70º aniversário dos Princípios de Coexistência Pacífica, o Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, e a Cúpula do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).

Diplomacia de chefe de Estado

Guiada pela diplomacia de chefe de Estado, a política externa da China, com características de grande potência, expandiu sua influência global em 2024. A visão de desenvolvimento pacífico e cooperação vantajosa para todos obteve maior reconhecimento global.

Xi demonstrou liderança estratégica, mantendo comunicações frequentes com líderes de grandes potências. A parceria China-Rússia manteve seu alto nível de engajamento, com Xi e Vladimir Putin se encontrando três vezes ao longo do ano.

Em relação aos Estados Unidos, Xi reuniu-se com Joe Biden e parabenizou Donald Trump por sua eleição, proporcionando orientação estratégica em momentos cruciais.

Na Europa, Xi aprofundou o diálogo estratégico com líderes de França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália, enquanto reuniões com líderes regionais como Índia e Japão buscaram promover confiança mútua e coexistência pacífica.

Um marco diplomático foi alcançado em janeiro, quando Nauru decidiu aderir ao princípio de "Uma China" e restabeleceu relações diplomáticas com o país.

Modernização para todos

Em 2024, a China reafirmou seu compromisso com a abertura econômica em alto nível e a cooperação global. A iniciativa Cinturão e Rota segue ampliando parcerias, com 155 países já participando. Exemplos de avanços incluem o início do projeto ferroviário China-Quirguistão-Uzbequistão e o envio da primeira carga do porto peruano de Chancay para Xangai.

Xi enfatizou o modelo de desenvolvimento chinês como inspiração para outros países em desenvolvimento, destacando a erradicação da pobreza extrema na China como um exemplo de que "se a China pode, outros países também podem". Líderes globais, como o rei da Malásia e o presidente da Gâmbia, elogiaram o papel da China no desenvolvimento global.

Promoção do Sul Global

De Astana, na Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, a Kazan, na Cúpula do BRICS, até Lima, na Reunião de Líderes Econômicos da APEC, a China assumiu um papel de liderança no Sul Global. Xi defendeu que o Sul Global deve ser uma força para a paz e o desenvolvimento aberto, promovendo a governança global e o diálogo entre civilizações.

Xi anunciou iniciativas concretas, incluindo parcerias em áreas como economia digital, agricultura e ecologia verde, além de lançar ações para modernizar a cooperação China-África.

Construção de uma comunidade com destino compartilhado

Durante a visita de Xi ao Brasil, em novembro, os dois países anunciaram a elevação das relações bilaterais a uma "comunidade com um destino compartilhado para um mundo mais justo e sustentável". Iniciativas semelhantes ocorreram com a Sérvia e a África, reforçando a visão de Xi de um futuro global unido.

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Xi também liderou esforços diplomáticos em crises, como a da Ucrânia e o conflito Israel-Palestina, promovendo resoluções políticas e diálogos de reconciliação. Ele reiterou que "os países não estão em 190 pequenos barcos, mas em um grande barco com destino comum", pedindo solidariedade e cooperação global.

Sob sua liderança, a China abre um novo capítulo na construção de uma comunidade global com destino compartilhado, promovendo a paz e o desenvolvimento como prioridades de seu compromisso global.

Com informações da Xinhua

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