A Bolsa de Flores de Yunnan, localizada no renomado Mercado de Flores de Dounan, na cidade de Kunming, é reconhecida como a maior plataforma de comércio de flores frescas da Ásia.
Em 2023, a província de Yunnan consolidou sua posição como líder global na produção e área cultivada de flores de corte, comercializando 13,54 bilhões de hastes e movimentando 13,57 bilhões de yuans (cerca de 1,9 bilhão de dólares dos EUA), segundo dados oficiais.
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Apelidada de "Cidade das Flores da Ásia", Dounan opera com um modelo avançado de leilões eletrônicos, no qual mais de 1.000 pregões diários negociam cerca de três mil espécies de flores.
A estrutura da Bolsa combina um ambiente futurista com tecnologia de ponta, oferecendo painéis de LED e sistemas digitais para coordenar as transações e garantir a qualidade das mercadorias, consideradas altamente perecíveis.
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Além de impulsionar a floricultura regional, a Bolsa serve como um observatório tecnológico, fornecendo dados precisos para o planejamento de médio e longo prazos do setor econômico.
Mais de 300 mil produtores, em sua maioria organizados em cooperativas e associações, contam com o suporte estatal para acessar tecnologia e mercados.
Esse modelo reflete a integração entre o Estado socialista chinês e a economia de mercado, destacando a capacidade da China de aliar inovação e desenvolvimento sustentável.
Socialismo criativo em prática
O secretário nacional de Formação Política do PSB, Domingos Leonelli, visitou a Bolsa de Flores de Yunnan durante o IV Fórum de Partidos Políticos da América Latina e Caribe. Impressionado com o funcionamento da instituição, Leonelli destacou a singularidade do modelo como um exemplo prático do "socialismo com características chinesas" ou "socialismo criativo".
“A Bolsa de Flores de Yunnan não negocia ativos financeiros ou especula com moedas, mas trabalha com a produção real de flores, beneficiando mais de 300 mil agricultores, muitos deles vinculados à agricultura familiar e cooperativas. É um exemplo emblemático de como o Estado socialista chinês apoia o setor privado com terra, tecnologia e canais de comercialização”, afirmou Leonelli.
Leonelli ressalta coo toda a terra da China é propriedade pública e pertence ao Estado socialista chinês, temos dois fatores estatais apoiando o cultivo e a produção privada de flores: terra e tecnologia no desenvolvimento dos produtos e de sua distribuição e comercialização.
"Ou seja, o produtor/agricultor privado de flores conta com o Estado socialista para a produção e para a venda de seus produtos", observa.
Ele também destacou o papel da Bolsa como ferramenta estratégica para o planejamento econômico, além de sua relevância para a economia criativa.
“A união entre Estado e mercado é a essência do socialismo criativo na China. Esse modelo não apenas promove eficiência, mas também assegura que os benefícios cheguem à base da sociedade”, concluiu.
A experiência de Yunnan, amplamente reconhecida como um caso de sucesso, reforça a relevância da integração entre inovação tecnológica, planejamento estatal e desenvolvimento econômico sustentável no contexto do modelo chinês.
Comparação internacional
Para dimensionar a relevância da Bolsa de Yunnan, é útil compará-la com a cidade de Holambra, em São Paulo, que lidera a produção de flores no Brasil, representando 40% do mercado nacional. Enquanto Holambra conta com cerca de cinco mil produtores, Yunnan coordena a produção de 300 mil agricultores, mostrando a escala incomparável da operação chinesa.
Além disso, a bolsa serve como um observatório tecnológico para o planejamento estatal, oferecendo dados em tempo real que orientam políticas públicas e investimentos de longo prazo. É um modelo que alia economia criativa à eficiência estatal, com foco no desenvolvimento sustentável do setor.
China e América Latina reforçam laços em Fórum de Partidos Políticos
Pequim recebeu, em 3 de dezembro de 2024, o IV Fórum de Partidos Políticos China-América Latina e Caribe, reunindo cerca de 200 representantes de quase 100 partidos políticos de 30 países da região. O evento, promovido pelo Partido Comunista da China (PCCh), contou também com diplomatas, acadêmicos e membros de think tanks.
Com o tema "Unir a força dos partidos políticos para construir uma comunidade de futuro compartilhado China-América Latina", o fórum buscou fortalecer o diálogo político e ampliar a cooperação entre o PCCh e os partidos latino-americanos.
Liu Jianchao, chefe do Departamento Internacional do PCCh, destacou o papel estratégico das recentes visitas de Xi Jinping à América Latina para estreitar os laços com a região.
Os participantes elogiaram a modernização chinesa como exemplo valioso para o desenvolvimento dos países latino-americanos. Além disso, reafirmaram o interesse em aprofundar trocas de experiências e parcerias estratégicas, visando à construção conjunta de uma comunidade de futuro compartilhado.
O evento reforça a crescente relevância das relações sino-latino-americanas, marcando avanços no diálogo político e no compromisso mútuo com o desenvolvimento regional.