A China deu mais um passo em sua estratégia para liderar globalmente na área de inteligência artificial (IA). O Ministério da Educação orientou que escolas primárias e secundárias incluam a disciplina de IA em seus currículos, como parte de um esforço para formar novos talentos na área emergente.
Segundo um comunicado divulgado na última semana, a iniciativa busca atender à "futura demanda da China por talentos inovadores" e aprimorar as habilidades digitais e de resolução de problemas dos estudantes. A medida reforça a importância da formação tecnológica desde os primeiros anos de ensino.
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IA na educação básica: formação desde cedo
Mais de 180 escolas na China foram selecionadas para participar de um programa piloto de educação em IA. De acordo com a diretriz, o ensino de IA será introduzido de maneira progressiva:
- Ensino fundamental (anos iniciais): Os alunos devem adquirir experiências básicas e compreender os conceitos fundamentais de inteligência artificial.
- Ensino fundamental (anos finais): A ênfase será na compreensão mais detalhada e na aplicação prática da tecnologia.
- Ensino médio: O foco será em projetos inovadores que utilizem IA, incentivando os estudantes a desenvolverem aplicações práticas.
Além disso, a qualidade e a abrangência da educação em IA serão critérios avaliados nas análises de desempenho das escolas.
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Investimento estratégico em IA
Desde 2018, mais de 500 universidades e faculdades chinesas introduziram cursos específicos sobre inteligência artificial. O movimento veio após o governo chinês lançar, em 2017, um plano para transformar o país no líder global em IA até 2030.
O aumento no investimento em IA ocorre em meio à crescente rivalidade tecnológica entre China e Estados Unidos, especialmente com a popularização de ferramentas como o ChatGPT, que já fazem parte da vida cotidiana em diversas partes do mundo.
Uma geração preparada para a era digital
Com a introdução da IA no currículo escolar, o governo chinês pretende desenvolver habilidades essenciais em seus futuros profissionais, assegurando a competitividade do país em setores estratégicos. A medida destaca o compromisso da China em liderar a transformação digital global e moldar as próximas gerações para enfrentar os desafios e as oportunidades da economia baseada em tecnologia.
IA além da educação
A China tem intensificado seus esforços para integrar a inteligência artificial (IA) em diversas áreas estratégicas, além do setor educacional.
O país busca consolidar-se como líder global em inovação tecnológica, com investimentos significativos e políticas direcionadas ao desenvolvimento e aplicação da IA.
Investimentos e Estratégia Nacional
Desde 2017, com o lançamento da Estratégia Nacional de Desenvolvimento da Inteligência Artificial, a China almeja tornar-se líder mundial em IA até 2030. O governo tem investido massivamente em pesquisa, infraestrutura e aplicações de IA, estimulando o desenvolvimento de algoritmos avançados e aprendizado de máquina.
Aplicações Industriais e Econômicas
A IA tem desempenhado um papel fundamental na promoção do desenvolvimento de alta qualidade na China, integrando-se à otimização industrial e melhoria da produtividade.
Empresas como Tencent, Huawei e Baidu lideram a inovação em IA no país, com lançamentos de modelos avançados que competem no cenário global.
Governança e Cooperação Internacional
Em setembro de 2024, durante a Assembleia Geral da ONU, a China apresentou o "Plano de Ação de Fortalecimento de Capacidades em IA para o Bem e para Todos", defendendo o uso responsável da tecnologia e evitando seu uso indevido.O país propõe princípios como equilíbrio abrangente, equidade, inclusão e multilateralismo na governança da IA
Disputa Geopolítica
A inteligência artificial está no centro do duelo geopolítico entre China e Estados Unidos, impactando aspectos das relações internacionais, segurança nacional, economia e inovação tecnológica.
A competição pela supremacia em IA reflete-se em políticas de desenvolvimento e restrições comerciais entre as duas potências. Iniciativas de Código Aberto
Empresas chinesas têm disponibilizado seus grandes modelos de linguagem como código aberto para usuários globais, buscando ampliar seu alcance e destacar-se na concorrência internacional. Essa estratégia visa popularizar a IA e atrair colaboradores e usuários em todo o mundo.